31 maio 2008

Trilha sonora

Ultimamente a rotina tem transformado o simples ato de acordar cedo um inferno. Porque eu vivo cansada e de manhã dá aquela preguiça absurda de acordar e me arrumar pra sair. E eu sou uma pessoa de horários rígidos. Eu estabeleci que diariamente tenho que sair de casa às X horas. Caso eu precise abastecer o carro eu tenho que sair 10 minutos antes e meu horário máximo de saída comporta 15 minutos de tolerância. Enfim, tudo pra não ficar refém dos engarrafamentos.

Acontece que eu preciso de alguma coisa que me acorde, que me deixe naquele estado animadinho pronto pra dominar o mundo. Eu resolvi que a música faria isso por mim. Então, lá vai setlist para espantar o sono e a preguiça de manhã.

The Futureheads - The Beginning of the Twist




Apollo Up! - Walking the Plank




Foals - Cassius




Cut Off Your Hands - Expectations




The Maccabees - X-Ray




Le Tigre - TKO

The Rakes - The World Was a Mess But His Hair Was Perfect




Queens Of The Stone Age - Sick Sick Sick


Divagando sobre minha maluquice habitual, ainda estou tentando me curar do uso excessivo de uma expressão de Batman Feira da Fruta enquanto dirijo. E não é só repetir a frase, eu imito a voz do Coringa. Não sei se isso tem cura.

Na linha everybody else is doing it so why can't I: Tirado daqui e explicado no esquemão Howcast.

Step 1 - nome da banda: Você deve usar o título da página http://en.wikipedia.org/wiki/Special:Random

Step 2 - nome do álbum: Você deve usar as 4 últimas palavras da página http://www.quotationspage.com/random.php3

Step 3 - capa: Use a terceira imagem da página http://www.flickr.com/explore/interesting/7days/
Meu Resultado? Esse aqui:

Bem, por hoje chega. A listinha aí de cima vai ter que me salvar amanhã. Sim, amiguinhos, eu tenho compromissos profissionais amanhã. Sábado. E depois ainda dizem que carioca é vagabundo...
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27 maio 2008

Bring it on

Depois de passar alguns dias ouvindo músicas feitas para o meu estado de espírito péssimo (ouvir Roads do Portishead no repeat nunca é bom sinal. Nunca.) as coisas começam a melhorar. Agora entrei no estágio da irritação. É bom porque me estimula. Me dá foco. Então é isso, hit me with your best shot, eu aguento. If you wanna press, press us.

Enfim, de volta à programação normal. Muito embora a programação normal não seja lá muito normal. Eu ando tão por fora das coisas que outro dia uma amiga me deixou um scrap avisando que tava grávida. E eu pensando "Como? Quando? Onde?". Enfim, desatualização total. As pessoas agora me dão notícias bombásticas por scrap.

Resolvi fazer aulas de um idioma que eu sempre achei ridículo. Turma pequena, gente sem noção, as coisas de sempre. Lá pelas tantas o professor começa a mandar uns fazerem perguntas pros outros. Daí que me perguntam sobre meu pai. Fodeu. Porque meu pai é um assunto complicado.

Tá, nem é copmplicado. Mas vocês vão achar que sim. A questão pra mim é simples. Um dia, alguns anos atrás (nem tantos anos assim), resolvi racionalmente que meu pai não era uma pessoa que acrescentava na minha vida. Toda pessoa que não me acrescenta nada eu removo do meu convívio social. E foi o que eu fiz com o meu pai. Eu acho que ele não acrescenta nada então que não ocupe espaço.

Eu sei, falando assim parece ridículo, mas eu tenho meus motivos. Alguns de vocês sabem, entendem e concordam. Isso me basta. Era só o que me faltava, levar a fama de revoltadinha.

Voltando. Perguntaram dele. Eu dou aquelas respostas padrão e genéricas. Profissão, idade, essas coisas bestas que adoram perguntar em início de curso de idiomas. A vontade era responder que nem sabia nada dele pelos últimos anos. Mas achei que ia pegar mal falar isso. As pessoas têm um apego ridículo a laços sangüíneos, os encaram com verdadeira sacralidade. Nem sempre eles valem a pena. Aliás, falando nisso, toda vez que ouço Blood do Editors lembro dele. Blood runs through our veins, that's where our similarity ends.

Confesso que tenho uma preocupação. Não quero que meu pai saiba nada de mim. Onde trabalho, quando me formei, o carro que dirijo, quem são meus amigos, lugares que freqüento. Porque ele é do tipo que faz teatrinho, vai rolar aquele número do coitadinho, pai amantíssimo rejeitado pela filha. E eu não tenho o menor saco pra teatrinho. Nunca tive.

Provavelmente terei notícias dele só quando ele morrer. Ou estiver perto disso. Acho que quando esse momento chegar a família dele vai acabar me ligando. Isso me preocupa. Porque eu não sei o que eu vou falar pra eles. Tá arriscado eu soltar um "ok" e pronto. Fico pensando se vou ter coragem de ser verdadeira ao que sinto. Talvez finja me importar só pra não assustar ninguém, pra poupá-los. A verdade pura e simples é uma só: não há como chorar a morte de alguém morto em vida.

Quando eu ainda sentia raiva fantasiei coisas sobre a morte dele. Me imaginava cuspindo no caixão e uma variedade de pequenas crueldades. Na época me trazia alguma satisfação. Hoje em dia acho que o assunto todo é indiferente. Isso me torna insensível? Não sei...

Interessante como eu comecei a postar sobre uma coisa e as coisas tomaram rumos completamente diferentes. Acabei postando algo completamente diferente do que tinha imaginado.
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24 maio 2008

Feast your eyes, I'm the only one

Paul Banks de novo falando por mim. Um por um vejo amigos saindo. Um por um tomando novos rumos. Um por um excluídos por razões lógicas demais para que eu as aceite emocionalmente. E eu permaneço. Crônica de uma morte anunciada, eu sei, mas o tempo eu errei. Isso fugiu à minha previsão. O tempo me pegou de surpresa e varreu o chão debaixo dos meus pés. Sensação de orfandade de tempos em tempos. Lógico que é exagerado, um órfão de verdade me daria umas boas porradas por sequer querer comparar. Bem, vocês entenderam.

Eu quis postar sobre isso e cheguei a escrever umas três versões e nenhuma agradou na verdade. Então agora o que sair vai ser postado. Cansei. Eu preciso falar, expurgar isso de alguma forma. Porque as coisas acontecem e eu ainda me deixo atordoar. Entre abraços com o peso do mundo no peito ("não fica assim, eu estou bem") e dirigir sem realmente estar atenta. Não é lá muito normal você dirigir de volta pra casa pensando outras coisas a ponto de chegar em casa e ter que descer de novo por não lembrar se havia trancado a porta do carro ao chegar.

E você se achava muito esperta. Achava que tinha entendido tudo. Yeah, right...o soviet em mim , militarescamente, manda que eu pare com isso. Com toda essa besteira sentimentalóide. Sir, yes, sir! É o que eu tenho vontade de gritar mentalmente enquanto apago as pequenas decepções cotidianas vinculadas a esse incidente. Me sinto envelhecer uns 5 anos da noite pro dia. Como quem finalmente entende como são as coisas. Daqui pra frente vou demandar certo tempo training myself not to care. Até voltar ao estágio blasé normal.

You have to give yourself a break, é o que penso. It’s not a job to do today. Sleep it off. Eu tento. Juro que tento dormir e não consigo. Deito no escuro, clichê dos clichês, e fico olhando pro teto. Não é fácil dormir com a cabeça racing like a pro. Pego o iPod e começo a ouvir Njosnávelin no repeat. Uma lágrima desce timidamente pela lateral do meu rosto. Uma lágrima. É tudo que consigo (ou me permito) expressar. Acabo dormindo.

Vida que segue.

p.s: as referências musicais desse post são Interpol, Elbow, Sigur Rós e The National. Só pra tentar manter a sanidade de alguma forma.

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22 maio 2008

Bizarrices da vida profissional

Acordo eu tarde, afinal, é feriado. Vou pra sala e encontro dona mamãe vendo filme. Decido ver também. Lá pelas tantas ela me pergunta:

- Quem é A.D?
- Ahn? A.D (céus, será que falei esse nome dormindo? Dei pra falar dormindo agora?)? Sei lá! Pode ser de um dos meus processos...(mas perae, meu subconsciente tá misturando o sobrenome das pessoas?!?).
- Ah, é que você falou ontem...
- Ah tá! A.L!
- Isso...quem é?
- Ah...gente que me tira do sério.

Não bastasse isso, tive um sonho bizarro work-related. Sonhei que eu encontrava um colega de colégio que escolheu a mesma carreira que eu. Só que o cara era associado ao escritório XYZ que, no meu sonho, tinha lá algum prestígio embora eu não conheça nenhum escritório com esse nome e nem consiga lembrar quem é o tal colega de colégio.

Enfim. O tal colega me liga e faz um proposta de trabalho. Salário legal e etc, mas não respondo. No decorrer do sonho o cara deixa dois recados na minha caixa postal pedindo uma resposta enquanto me limito a procurar uma amiga que, profissionalmente, tem ares de mentora pra mim. Acordei antes de responder qualquer coisa. Na confusão ainda tinha um desembargador que fazia considerações sobre isso e aquilo e meio que recomendava o escritório do tal colega de colégio. Tudo indica que eu ia dizer não.

Na linha diálogos bizarros eu fui chamada de insensível por gente do trabalho assim, na minha cara.

- Dra. C, e aquele assunto do escritório alfa?
- Essa gente tá enchendo o meu saco! Toda hora querem alguma coisa! Como se eu não tivesse mais nada pra fazer além de atendê-los...
- Nossa, primeira vez que eu vejo você ter uma reação assim.
- Sei, é que eu sou sempre calma e séria né?
- Pois é. É bom ver algum sentimento.

Se eu fosse a Ally McBeal nessa hora alguma manifestação gráfica ocorreria. Mas como eu não sou, acho que só olhei pra criatura com aquela cara de como fas///. Queria entender a vocação das pessoas pra fazer toda sorte de comentários impertinentes.

Outra coisa que eu queria entender é porque eu sempre sinto vontade de rir e balanço o indicador em riste como quem diz "nem ouse sacanear, é meu uniforme de trabalho..." toda vez que alguém que só conhece meu lado casual me vê fantasiada de gente séria. Vergonha! Eu já devia ter me acostumado às reações de estranheza. Nem adianta, por baixo da indumentária quem tá ali é a sem noção de sempre. =P

P.S: E eu aqui vendo TV Justiça. Pra muita gente isso parece o inferno, mas eu gosto. Teve até bate boca entre os Ministros Marco Aurélio de Mello e o Cezar Peluso, veja você. Aquele bate boca bonito, cheio de "eu peço vênia pra discordar" e "com todo respeito ao colega Ministro, não me parece adequado pedir vênia para descaracterizar a opinião de um colega seu". Enfim, só no eufemismo. To vendo o dia que eu vou ver a galërë do STF mandando geral se foder com todo o garbo e elegância.
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15 maio 2008

Cenas de SP

Toda vez que eu vou pra essa cidade algo inusitado acontece. Sempre. Porque dessa vez seria diferente, não é mesmo? Pois bem, chego eu atrasada e correndo. Me enfio num taxi em Congonhas e lá vou eu pra Paulista. Preocupada com o atraso no vôo, toda hora olho no relógio e vejo que a minha margem de tempo para chegar no local da audiência vai minguando. Eis que de repente o monitorzinho no taxi passa cenas do Interpol. Pronto, o dia começou bem. Mais tarde ganhamos por unanimidade.

Entro numa lojinha e acho o Our Love to Admire do Interpol em promoção. E é a versão especial, com CD+DVD. Paul Banks no taxi e CD em promoção? Só pode ser um sinal. Compro o CD. Sigo pro trabalho. Mais tarde, na volta do almoço, estamos nós caminhando pela Fausto Ferraz quando vejo uma menina caminhando na nossa direção e cismo que já a vi em algum lugar. Fico tentando lembrar onde, fico pensando "meu Deus, eu já vi essa pessoa em algum lugar, tamanha brancura e os cabelos ruivos não podem ser características comuns...". E então eu sei onde eu já vi aquela pessoa. Long story short, é uma figura do mundo dos blogs. Me senti até nerd. Ou mais nerd que o normal.

O dia passa e é hora de voltar ao aeroporto, seguir meu caminho de volta pra casa. E os absurdos continuam. No trajeto um fusquinha azul caindo aos pedaços perde um pneu do nada. O taxista desvia e olho pra trás pra ver o pneu perdido pela pista até rolar em direção ao meio-fio. Daí pra frente são aquelas coisas de sempre. Entrar no aeroporto, fazer check-in, matar o tempo antes de entrar na área de embarque, caminhar até o portão, esperar o embarque lendo um livro, etc.

Eu reclamo horrores de ter que fazer viagens desse tipo. Porque é cansativo ir e voltar no mesmo dia. Mas confesso que eu gosto de aeroportos. É interessante enquanto exercício de observação. Meu lado rancoroso se compraz em ver um menininho voltando pro Rio no mesmo vôo que eu com a camisa do Fluminense. Dou um sorriso enquanto o chamo mentalomente de pé-frio. É besteira, mas diverte meu lado autista.

Se alguém me perguntar um dia sobre locais emblemáticos de SP pra mim eu vou poder citar alguns lugares, mas um deles talvez não faça sentido pra mais ninguém, só pra mim. Hoje, não sei porque, resolvi fotografar o tal lugar com o telefone. É engraçado imaginar que aquele lugar exato viu uma versão minha que hoje nem existe mais.

Enfim, segunda viagem bate e volta da semana. Agora é arrumar tempo pra fechar a região sudeste com mais umas visitinhas estratégicas. Mas cadê a vontade? Quer saber, deixa eu voltar pro meu livro do Nick Hornby. Preciso saber como termina a história do Sam e da Alicia.
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12 maio 2008

Pensamentos (babacas) aleatórios

I've been working like a dog então eu fico meio imbecil. Hoje eu passei pelo menos 5 horas do dia em um carro em viagens interestaduais. A trabalho. E isso cansa muito. E não pára por aí. Na 5ª feira eu to em SP naquele esquemão corno bate e volta que cansa horrores e nem me permite ver as pessoas. A menos que queiram me encontrar no aeroporto, claro.

Mas voltemos ao carro. O que você pode fazer para se distrair em 5h num carro com o seu chefe durante aqueles momentos onde não rola nem small talk e o silêncio reina? Você pode ver placas de carros e pensar merda, óbvio. Eu vi um carro com uma placa que eu achava super legal quando eu era mais nova. Se eu pudesse escolher minha placa escolheria aquelas três letrinhas: LAW (escrotinho, nerd, eu sei...eu sei...). Mas como eu não posso escolher e a vida é irônica, a placa do meu carro tem três letras que remetem a uma substância entorpecente.

Também né...o que eu podia esperar de um dia que começou às 3h da manhã quando perdi o sono e coloquei o DVD da Fantástica Fábrica de Chocolate (original) pra me distrair? Um dia que começa bizarro assim não podia se afastar muito do tema.

Enfim, to cansada. Fiquei o dia sem ver meus e-mails e agora tem uns 53 não respondidos na minha caixa. Não bastasse isso, fui localizada pelos celulares de outrem por 2 pessoas diferentes. Porque eu saio do estado mas ainda assim me acham pra fazer perguntas. Trocentos assuntos ainda por resolver. Vontade nenhuma.

Semana from hell se desenhando...
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11 maio 2008

Hits da semana

Músicas que eu ouvi com alguma freqüência essa semana.

Pete & The Pirates - Mr. Understanding



M83 - Graveyard Girl (a música que fala "she worships satan like a father/but dreams of a sister like Molly Ringwald". Vídeo com o estilão John Hughes. Genial.)



Someone Still Loves You Boris Yeltsin - Modern Mystery

Bell X1 - Rocky Took a Lover



Frightened Rabbit - Fast Blood

Elbow - Grounds For Divorce



Santogold - L.E.S. Artistes



The Last Shadow Puppets - My Mistakes Were Made For You



Inspiral Carpets - Two Worlds Collide



Death Cab For Cutie - Long Division

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10 maio 2008

O estranho mundo corporativo

Toda manhã quando chego no trabalho sofro um choque cultural. Porque preciso acionar algum comando pro meu cérebro entrar no módulo corporativo. No mundo corporativo não existem trabalhos, existem projetos. As pessoas parecem achar bonito dizer ter projetos. Enfim. Eu também tenho os meus.

Um deles me deu absurdas crises de consciência durante umas 3 ou 4 semanas. Aquela coisa de perder o sono às 4:30 da manhã se achando uma criatura filha da puta, cruel e insensível. Essa fase passou mas ainda sinto esporádicos incômodos com a coisa toda, só não perco mais o sono com isso. Sim, ainda é um projeto em andamento.

Outra coisa interessante no mundo corporativo é que você nunca toma conta da sua equipe. Você faz gestão de pessoas. Então fico eu aqui, gerindo pessoas. Administrando ciuminhos escrotos e o ego inflado de quem não é porra nenhuma mas se acha a salvação do Rock and Roll da advocacia. A vontade é mandar descer da porra do salto e mandar se foder, mas não faço isso. A criatura fica se achando um sucessor natural da escola italiana de processualistas. Não suporto mais o discursinho batido.

Outra coisa interessante no mundo corporativo é o apego aos títulos. Eu ignoro o meu e as pessoas parecem não entender. A questão é bem simples, eu não preciso de título pra me impor. Eu posso me foder toda, mas cumpro todas as tarefas que me são dadas. É uma questão simples de responsabilidade. Se der merda a culpa vai ser minha? Então as coisas vão ser feitas do meu jeito.

Essa semana eu descobri a extensão das hostes inimigas. Tirando algumas poucas pessoas, eu to cercada de filhas da puta por todos os lados no trabalho. Entrei no módulo defesa. Instinto básico de preservação. E como as pessoas são fofoqueiras! A maioria das pessoas com quem eu trabalho fala mais que pobre na chuva. Pedir segredo a uma delas é a mesma coisa que pedir pra anunciar em praça pública. Os outros conseguem guardar segredo por uns 20 minutos antes de contar até pro amigo do primo da tia da vizinha.

Outro dia eu quase torci o pé quando um passante esbarrou em mim na rua. E nem se importou. Caminhei alguns metros mancando e, chegando no elevador, encontro uma amiga e conto o que aconteceu. Logo depois suspiro um irônico "gentalha". Ela ri. Um cara no elevador não consegue esconder um risinho com a minha exclamação. Ser meio sem noção diverte.

Cada vez mais eu tenho a impressão de que o mundo corporativo é uma espécie de colégio primário com um jargão específico.
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07 maio 2008

Eu torço pra um time sem vergonha. Fato. Quando é que vamos aprender a administrar vantagens? CARALHO!!!
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04 maio 2008

Ah, a previsibilidade das coisas...



Antes da bola rolar estava cautelosa. Como sempre, diga-se de passagem. Não sou fanfarrona pra ficar cantando vitória antes do tempo. Eu sou paciente, sei esperar. Sei calcular o momento certo de fazer as coisas. Eu já contei que O Príncipe era meu livro de cabeceira quando eu tinha 12 anos? Pois é.

Daí que começou o jogo e aquilo ali era uma pelada com os dois times na correria. Chuta de lá, chuta de cá, trocentos jogadores no mesmo lance, etc. O Flamengo teve a chance de abrir o marcador com o Ibson e ele furou bisonhamente. Ali eu sabia que a coisa ia ficar complicada. A velha máxima do futebol, quem não faz leva. E o Lúcio Flávio foi lá e se aproveitou da falha do Bruno que, ainda assim, PUTA QUE PARIU, É O MELHOR GOLEIRO DO BRASIL. Situação ruim, mas que me agradou. O Flamengo é um time sem vergonha nenhuma na cara. Quando entra em campo com vantagem adora dar mole. O gol foi providencial pra acordar o time.

Acompanhava ainda tensa, porém mais segura da vinda do título e esperando qual destemperado do Botafogo seria expulso do jogo. Eles sempre cavam uma expulsão. Fato. Outro fato é que eu odeio o Jorge Henrique com todas as fibras do meu ser. Principalmente porque ele personifica o Botafogo, é um jogador cai-cai e chorão. É ódio mesmo. Se ele atravessasse a rua na minha frente eu atropelava.

Obina, aquele que é melhor que o Eto'o sepultou junto com Tardelli qualquer pretensão da torcida chorona. Previsível. Outra máxima do futebol ensina que ganha quem se lança ao ataque. Cuca ficou no esqueminha dele. Joel sacou Ibson e Cristian e colocou dois homens de frente. Previsível, muito previsível que isso acabaria com os chorões de General Severiano. Outra coisa previsível era a atuação do Bruno no segundo tempo. Ele admitiu a falha e voltou mordido pro segundo tempo. Tava na cara que ele ia fechar o gol. Supersticioso que só ele, trocou o uniforme inteiro. Tá valendo.

No fim de tudo, temos que convir que o Botafogo é um time frouxo. Amarelão mesmo. Mas jogaram bem, enobreceram a conquista do Flamengo. Valeu, freguês.

Eu podia explicar aqui friamente o método dedutivo que me faz crer que algo vai acontecer. Nem vale a pena. Sempre vai aparecer um passional pra dizer que isso é pedantismo e fazer piadinhas. A verdade é que as coisas são dolorosamente óbvias e previsíveis depois que você aprende a observar certas características. Hoje o que realmente importa é a conquista do 30º título carioca do mais querido do Brasil.

Saudações Rubro-Negras.
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