13 dezembro 2009

Change of Heart

Lá se vai pouco mais de um mês desde a última vez que escrevi aqui. Naquele dia ainda estava em choque, triste e terrivelmente ferida pela mortalidade alheia. Fato é que pouco mais de 30 dias depois, cumpridos todos os ritos de passagem, posso dizer que vivo em estado de semi normalidade.

Semi normalidade pois não posso dizer que sou quem eu era. Ao menos não por completo. A morte alheia me fez repensar milhares de coisas. Me fez chorar a ponto das lágrimas embalarem meu sono. Me fez questionar como vivo a minha vida. A forma como me relaciono com as pessoas. A valoração que faço de várias coisas.

A vida segue. E vai bem, preciso admitir. Apesar de tudo e de todos, a vida não pára e eu tenho rido mil vezes mais que chorado. E já me permito fazer piada de humor negro com tudo isso. Ei, cada um lida com suas dores de um jeito.

Eu gostaria muito de vir aqui falar de futebol. Que meu time é Hexa. Falar que o Palmeiras é o time mais amarelão ever dos últimos tempos. Dizer que o SP pode se rasgar todinho que não é mais o único hexa e deixou escapar das mãos um título quase ganho. Rir do gordinho do Inter no Profissão Repórter.

Na verdade eu fiz todas essas coisas. O resultado foi que um amigo palmeirense, no auge da bichice, me deu unfollow no Twitter porque não sabe administrar gozação. Discuti futebol de igual pra igual (pra surpresa da ala machista) no trabalho. Liguei pra MG e sacaneei atleticanos e cruzeirenses. Enfim, fiquei insuportável.

Mas na hora de botar tudo isso por escrito, sei lá. Me falta eloqüência. Vou esperar pra ver se escrevem no Chuteira de salto e Minissaia. Certamente escreverão muito melhor do que eu jamais seria capaz de exprimir aqui. Não que me falte emoção ou amor pelo clube. Longe disso. A questão é que eu não consigo juntar tudo que penso num post preciso e sem os formalismos que têm tomado conta de mim.

Já é dezembro, o ano voou e no próximo post pretendo fazer minha listinha de bandinhas favoritas de 2009. Só não sei se falo de álbuns em geral ou de novidades.

Tenho achado que o Twitter matou o blog. Lá eu escrevo trocentas vezes por dia as coisas aleatórias que eu vejo e penso. Aqui é mais complicado. Rola (na minha cabeça insana) essa coisa de tratar a escrita com alguma seriedade. Há um certo formalismo na minha cabeça na hora de colocar as coisas em texto.

Enfim, mais um post nonsense chega ao fim. A transição de humor foi feita. Suderj informa: sai dor, entra a (saudável e boa) saudade.
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