25 novembro 2007

Diálogo surreal da semana

Estava eu ontem numa festa e tinham distribuído glow sticks porque era aniversário dela (festa) e tinha uns adereços especiais e tal. Pois bem, nisso aproxima-se um cara com as piores pick-up lines do local (creio eu). Tudo normal, não fosse eu a interlocutora.

- Eu não tenho um desse. (apontando pro glow stick)
- Acontece...
- Queria usar um óculos legal como o seu...
- Hum...
- Um dia vou comprar uma daquelas espadas de Jornada nas Estrelas...
Nessa hora eu páro por uns instantes, vejo que o cara não usa óculos e processo as informações e num momento de total nerdice e joselitagem emendo:
- Não é Jornada nas Estrelas, é Guerra nas Estrelas. (pensando: e não é espada, é sabre de luz!)
- Ah, é tudo a mesma coisa.
- São filmes diferentes. (será que o Yoda fala Klingon?)
- Não fala que você gosta dessas coisas nerd que eu me apaixono.
- Nerd é sacanagem... (em meio a uma gargalhada)

Nada mais me lembro. Mentira, eu lembro, mas o resto do diálogo não é tão surreal quanto isso aí. Pensando em retrospectiva, será que ele me viu fazendo o gesto de "vida longa e próspera" mais cedo quando eu tava brincando com uns amigos na pista? That's the question. Pior que eu nem acho Jornada nas Estrelas grandes coisas mas sexta e ontem eu tava ouvindo direto a Marcha Imperial (tema do Darth Vader).

É, to ferrada. Não tenho mais cura...hehehe.
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21 novembro 2007

Bandas menos conhecidas e downloads

Tem um tempinho que eu não faço um post essencialmente musical então vamos lá. Resolvi, depois de ouvir trocentas bandinhas novas e revirar meus CDs, fazer aquela compilação de músicas recomendadas de artistas que vocês talvez não conheçam (porque nunca garimparam pela internet). Nenhuma pretensão de descobrir "a salvação do Rock", só um pouco de diversão.

Antes de ficarem assustados, não vou fazer aqui nenhuma divisão por aquelas classificações mais esnobes, digamos assim, como lo-fi, twee-pop, post-rock, alt folk e etc. E não, eu não uso essas expressões conversando com amigos. Tá bom, só com um. É que ele é indie (e gosta de lo-fi). Também vou me abster de colocar aqui coisas experimentais/esquisitas, é uma seleção mais pop, mais palatável. Não vou ficar fazendo resenha das bandas. Vou me limitar a colocar as músicas aqui e vocês podem ouvir pelo widget ali à direita. Se gostarem de alguma coisa é só baixar pelo próprio widget.

As únicas músicas que eu vou deixar linkadas aqui (apesar de estarem no widget) são as com nomes (ou nome da banda) bizarros/engraçadinhos e nerdices em geral:

Future Of The Left - The Lord Hates A Coward
The Superfantastics - The Only One I C++ is U++
Say Hi To Your Mom - Sweet Sweet Heartkiller ("and she bites through necks like Ginsu")
Móveis Coloniais de Acaju - Copacabana (Devaneios de um Cubano Cubista)
The Carter Administration - Keep Your Wife Off My Hands (a qualidade tá péssima)
Pelle Carlberg - Clever Girls Like Clever Boys Much More Than Clever Boys Like Clever Girls

Bem, é isso. Tentei listar músicas que fossem inéditas para a maioria (embora algumas delas sejam de álbuns antigos). Eu fiz uma concessão ou outra, algumas dessas bandas são até conhecidas, mas evitei listar coisas moderadamente conhecidas como The Hold Steady, Band Of Horses, Fields, Maps, etc.

E outro post desse deve demorar a sair porque dá um trabalho miserável linkar tudo, dar upload nesse monte de mp3 (50!) e revirar meus CDs.
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16 novembro 2007

The end has no end

Ok, faculdade acabou, OAB passou e eu sobrevivi a tudo isso. O ano de 2007 vai terminando muito bem. Mas e agora, como fas?!?

Agora eu to ferrada porque é hora de admitir de vez que eu sou adulta. Era infinitamente mais fácil a vida de estudante/estagiária. Se enchessem meu saco eu largava o estágio. Se um professor me enchesse o saco eu o aturaria só por 6 meses. A vida era tão mais simples...

Essa sensação de recomeço é ao mesmo tempo animadora e apavorante. Porque eu já comecei a construir uma vida profissional mas as cobranças agora são infinitamente maiores. As responsabilidades são maiores e você não pode mais pedir 2 dias de folga pro chefe pra ver um show em São Paulo. Como estagiária eu fiz isso, cheguei pro chefe e falei que tinha comprado ingressos pra um show em São Paulo e queria saber se tinha algum problema se eu faltasse 2 dias. Assim, na cara de pau. Ah, o estágio, tão liberador. Pergunta se eu teria cara de pau de falar isso pro chefe fora da proteção oferecida pela condição de estagiária. No way.

O lado animador é que eu sou de novo caloura. Não mais na faculdade, óbvio, mas caloura na carreira. Isso traz de volta aquela sensação de que tudo é possível, de que tudo está ao seu alcance, de que você só precisa traçar um caminho e seguir nele até chegar onde quer. E se querem saber, tenho me sentido meio assim. Daqui a alguns meses talvez essa ingenuidade de caloura seja corrompida. Talvez. Mas por enquanto eu vejo as coisas muito claras e sei que tenho que me jogar de cabeça nos meus planos enquanto ainda não cedi de vez ao cinismo.

Otimismo cauteloso. Essa é a minha expressão atual, sem esquecer jamais que every plan is a tiny prayer to father time. Thanks, Mr. Gibbard.
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12 novembro 2007

Como fas?!?

Voltemos a uma das questões mais discutidas nos últimos tempos sobre esta criaturinha que vos escreve. Primeiro ela tem a cara de pau de me chamar de indie. Assim, na minha cara. Depois vem ele e diz que elegeu esse aqui o blog mais indie que ele lê. Como fas?!? Eu não me sinto indie até porque eu não saberia classificar esse grupo social. E se eu não sei dizer o que é indie eu não posso fazer parte do grupo. Alguém me explica afinal no que consiste ser indie? Sem apelar pra questão dos óculos retangulares com armação escura ou o verbete da Desciclopédia. Grata.

Eu uso all star? Sim, também tenho um Adidas sl-72 verde e amarelo que eu adoro. Ok, isso foi meio indie. Ah, são só tênis. Eu escuto bandas desconhecidas? Sim, mas desconhecidas só do público em geral. Tem um monte de gente que também ouve Say Hi (novo nome do Say Hi To Your Mom), Okkervil River, Matt Pond PA, Future of The Left, Imperial Teen, Staggering Statistics e etc. Tá bom, eu confesso, eu não conheço ninguém que escute as 3 últimas também. Mas há de ter alguém por aí que escute. Mas isso não quer dizer nada. Ou quer?

Sobre filmes e livros. Hum, eu gosto do Kubrick, acho o Michel Gondry foda, o Lars Von Trier acaba com o meu dia, adoro a violência do Tarantino, mas também vejo os filmes do Spielberg sem dramas. Com relação a livros, eu gosto de Dostoiévski sim e nem li Nietzsche. Eu leio Douglas Adams também. E claro, Nick Hornby é meu pastor e nada me faltará. Isso é indiezice? Sei lá...

Gente, deixa eu explicar, eu não sou indie, eu sou infame. É diferente. Eu saio pela rua com essa camiseta. Ou essa. Isso não é coisa de indie, isso é coisa de gente infame. Isso eu sempre fui e me orgulho =). Enfim, superada a questão? Não né? Vou ter que morrer negando mesmo...hehehehe

A única coisa realmente incomum que aconteceu nesse blog e que, forçando MUITO, pode parecer indie de leve foi a vez que eu recebi um e-mail do Darren Spitzer, vocalista do The Changes, agradecendo por eu ouvir a banda e etc. Na época eu tinha linkado o vídeo de When I Wake aqui.

Ah, to pensando em instituir aqui um post bêbado aleatório. A coisa é simples, quando eu beber em casa e sentir que eu já atingi um grau alcoólico razoável eu vou parar de me esforçar pra frear meu ímpeto de escrever/falar besteira. O que vai sair disso eu não faço idéia, mas como eu não tenho um pingo de vergonha na minha cara, pode ser divertido. Se eu levar adiante essa idéia, claro.

É por essas e outras que eu não falo meu nome nem coloco foto aqui. Imagina o vexame...eu tenho uma imagem de mocinha boazinha e responsável a manter.

p.s: eu falei que Arbitragem era lindo quando eu tava bêbada mas eu reafirmo. Arbitragem é lindo! Passei hoje mais de 2 horas ouvindo sobre o tema e nossa, eu era quase o Charlie na Fábrica de Chocolate. Agora tenho a palestra toda em mp3 pra ficar ouvindo sobre o tema quando eu quiser. Ok. Isso soou nerd. Mas nerd não é indie.
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04 novembro 2007

Metáforas de uma ébria eventual

Pois bem, eu havia escrito um post sobre metáforas e simbolismos que tangenciava um evento cujo resultado eu aguardava. O evento em questão era o Exame da Ordem. O resultado saiu, eu passei, fiquei feliz etc e tal e, óbvio, comemorei. Acontece que a comemoraçãozinha familiar envolvia champagne e eu resolvi que eu merecia beber bastante. Comemoração indoors, tudo muito seguro. O problema foi que depois de algumas taças eu resolvi que queria escrever. Lógico que o resultado foi patético. Como eu não tenho um pingo de vergonha na minha cara, reslvi publicar hoje o post sério acompanhado do nonsense alcoolizado. Enjoy.

Eu tava pensando outro dia no poder das metáforas na minha vida. Eu sou muito mais metafórica do que imaginavar ser. Me prendo a simbolismos e pequenos sinais que pra mim são bem óbvios, mas acho que não o são para as outras pessoas. É engraçado porque eu convivo com essa impressão de que eu sou muito fechada, algo indecifrável, um tanto críptica. Eu acho essa impressão uma grande besteira. Não há nada em mim tão críptico assim. Mas esse não é o ponto. Eu estava falando de metáforas e simbolismos.

Algum tempo atrás meu relógio parou. Pensei em pegar outro pra usar e vi que ele tinha parado também. Eu, escrava do tempo, me vi então sem o instrumento que disciplina o meu dia. De repente me dei conta de umas coisas. Meu terceiro relógio parou tem muito tempo e eu nunca troquei a bateria porque foi um presente e eu cortei relações com quem me deu. Uma forma simbólica nada sutil de apagar alguém da sua vida. Eu não preciso de algo no meu pulso noite e dia a me lembrar da existência alheia. O quarto relógio eu não usaria porque era formal demais então é isso. Fiquei alheia ao tempo. E sim, eu gosto de relógios CQD.

Acontece que ultimamente parte da minha vida está em compasso de espera. Me sinto temporariamente congelada no tempo. Como se eu vivesse num estado de suspensão que só poderia ser desfeito com um evento futuro. Mais ou menos como ir pra cadeia no Banco Imobiliário. Eu to parada no jogo enquanto não tirar números iguais nos dados. Em razão disso resolvi não trocar a bateria dos relógios. Resolvi que, simbolicamente, permanecerei com os meus relógios parados até que o tal evento ocorra. Todos os ponteiros então voltarão a se mover e a vida seguirá. Bem, pelo menos parte dela.

Eu me perco nesses simbolismos e pequenos significados. Eu chego a achar divertido as mensagens subliminares que não são captadas com as minhas atitudes. Eu sei que é piração isso, mas há significado em quase tudo. É um jogo de observação que eu faço com o mundo. Deve ser efeito colateral de ter lido Maquiavel muito cedo, eu leio pessoas.

Último devaneio do post, a palavra simbolismo me lembra duas coisas: Cruz e Souza e Mr. Jones do Counting Crows (I felt so symbolic yesterday/If I knew Picasso/ I would buy myself a gray guitar and play). Vá entender...

E agora a maluquice bêbada:

Pela primeira vez na história desse blog eu vou escrever um post alcooolizada. Aeeeeeee!!! Seguinte, essa noite eu to enchendo a cada de champagne pq não é todo dia que a gente passa de primeira no exame da OAB que tem índice de reprovação na casa dos 92% não é mesmo? Aeeeeeeeeeeee! palmas pra mim. como eu sou uma fraude e picareta eu fingi que me dediquei aos estudos nessa prova e ainda assim passei pq alguém lá em cima deve me adorar. e porque eu sou foda. Tipo...eu escolhi a área por eliminação, não suporto o tema e toda vez que ia estudar acabava entediada pq sério direito cambiário é coisa do demo. FODA-SE SOCIETÁRIO!!!! EU gosto de ambiental...é legal...internacional é lindo...arbitragem...but aaaanyway. ta bom eu confesso eu dormia quando eu começada a ler o Ulhoa. pronmto, falei1!

O que importa é que passei de primeira e agora eu não sou mais bacharel e sou advogada. Aeeeeeee!!! Tipo......sei lá. acho que e isso. passeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiii. chega.

Moral da história: Kids, never drink and type.
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02 novembro 2007

Da arte de me tirar do sério

Eu podia escrever sobre como o Tim Festival foi bom, sobre trocentos assuntos, mas eu confesso que eu to tensa, cansada, com sono e a junção desses elementos me deixa deveras irritada. Principalmente porque eu já ando puta da minha vida com aquele timeco merda do São Paulo. Repito: timeco merda do São Paulo. Vão pensar "ah, ela tá irritada só porque o São Paulo foi campeão" ou "isso é choro de perdedor". Não é uma coisa nem outra. Vamos voltar a 1987. "Ah, porra...1987? Você vai falar sobre isso?". You bet your fucking ass I will.

Pois bem, o campeonato brasileiro de 1987 foi organizado pelo Clube dos 13 . À época, o Clube dos 13 era presidido pelo Sr. Carlos Miguel Aidar, também presidente do São Paulo Futebol Clube. Pois bem. Por determinação do presidente do Clube dos 13, organizador do campeonato, o Flamengo, campeão do módulo verde (primeira divisão) se absteve de jogar contra o Sport, campeão do módulo amarelo (segunda divisão). Quem queria esse jogo era a CBF, que não tinha nada a ver com esse campeonato mas quis tomar partido da coisa por questões políticas com a FIFA e o medo que a entidade máxima do futebol se recusasse a conceder as vagas na Libertadores aos times brasileiros.

Eis que o Clube dos 13 reconhece então o Flamengo como campeão de 1987. O São Paulo, como membro da instituição reconhece o título do Flamengo. Para a CBF, que não organizou nada e inventou a disputa entre módulos pra pegar carona no campeonato só pra fazer boa figura pra FIFA, o campeão é o Sport. Desta forma, é coerente (embora questionável) o posicionamento da CBF de entregar o troféu ao São Paulo.

Entretanto, como a recusa em disputar o jogo com o Sport emanou do Clube dos 13, do presidente do São Paulo, e sendo este clube membro da instituição, o mínimo que poderia se esperar era a decência de cumprir o acordo firmado em 1987. Mas quem disse que o time do Morumbi fez isso? Aliás, o próprio STJD considera o título de 1987 do Flamengo.

A questão aqui nem é mais futebol, é a ausência total de caráter de uma diretoria que se recusa a observar compromissos firmados. E o pior, todo mundo acha isso muito divertido, dá contornos folclóricos à questão. E é isso que me irrita no São Paulo, eles são uma espécie de PT. Quando estão em desvantagem só sabem espernear. Quando estão em situação confortável fazem vista grossa às próprias falhas.

E quem é o SPFC? Seriously, guys. O time do Flamengo de 1987 contava com Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho, Leonardo, Andrade, Aílton, Zico, Renato, Bebeto e Zinho. E o SPFC? Hein? Hernanes? Quem é ele? Richarlysson quem? Me poupem, não tem nem comparação. O Flamengo já forneceu vários e vários jogadores à seleção formados no clube. Já o SPFC...Kaká e olhe lá.

Enfim, aí vem um clubinho, com uma torcidinha que até quando está na liderança não comparece em peso no estádio (Morumbi é outra piada, aquilo é um ovo) e quer cantar de galo ignorando acordos firmados. Piada, meus caros. Vocês são uns fanfarrões.

Parabéns pelo título e tal, mas Penta, meus caros, somos desde 1992. Ganhamos em 1987 no campo. E Reebok não entra na minha casa.

Saudações Rubro-negras.
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