24 maio 2008

Feast your eyes, I'm the only one

Paul Banks de novo falando por mim. Um por um vejo amigos saindo. Um por um tomando novos rumos. Um por um excluídos por razões lógicas demais para que eu as aceite emocionalmente. E eu permaneço. Crônica de uma morte anunciada, eu sei, mas o tempo eu errei. Isso fugiu à minha previsão. O tempo me pegou de surpresa e varreu o chão debaixo dos meus pés. Sensação de orfandade de tempos em tempos. Lógico que é exagerado, um órfão de verdade me daria umas boas porradas por sequer querer comparar. Bem, vocês entenderam.

Eu quis postar sobre isso e cheguei a escrever umas três versões e nenhuma agradou na verdade. Então agora o que sair vai ser postado. Cansei. Eu preciso falar, expurgar isso de alguma forma. Porque as coisas acontecem e eu ainda me deixo atordoar. Entre abraços com o peso do mundo no peito ("não fica assim, eu estou bem") e dirigir sem realmente estar atenta. Não é lá muito normal você dirigir de volta pra casa pensando outras coisas a ponto de chegar em casa e ter que descer de novo por não lembrar se havia trancado a porta do carro ao chegar.

E você se achava muito esperta. Achava que tinha entendido tudo. Yeah, right...o soviet em mim , militarescamente, manda que eu pare com isso. Com toda essa besteira sentimentalóide. Sir, yes, sir! É o que eu tenho vontade de gritar mentalmente enquanto apago as pequenas decepções cotidianas vinculadas a esse incidente. Me sinto envelhecer uns 5 anos da noite pro dia. Como quem finalmente entende como são as coisas. Daqui pra frente vou demandar certo tempo training myself not to care. Até voltar ao estágio blasé normal.

You have to give yourself a break, é o que penso. It’s not a job to do today. Sleep it off. Eu tento. Juro que tento dormir e não consigo. Deito no escuro, clichê dos clichês, e fico olhando pro teto. Não é fácil dormir com a cabeça racing like a pro. Pego o iPod e começo a ouvir Njosnávelin no repeat. Uma lágrima desce timidamente pela lateral do meu rosto. Uma lágrima. É tudo que consigo (ou me permito) expressar. Acabo dormindo.

Vida que segue.

p.s: as referências musicais desse post são Interpol, Elbow, Sigur Rós e The National. Só pra tentar manter a sanidade de alguma forma.

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