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Segundo associações visuais eu sou isso. Peguei aqui.

Eu tinha dito antes que o dia prometia sensações estranhas. Bem, a promessa se cumpriu. Meu dia de trabalho terminou às 8 da noite com um abraço e lágrimas num andar vazio. E tudo que eu lembro é de ter dito que tudo ficaria bem. E vai ficar, mas odeio despedidas. Depois o melancólico trajeto do elevador, a última vez que estaríamos ali. E então eu vi uma amiga caminhar rua abaixo, até o estacionamento, carregando uma caixa com os seus pertences. Fui pra casa me sentindo uma merda, óbvio.

E eu ali, obrigada a participar de tudo até o final. Mesmo porque eu herdei todo o trabalho que era dela então isso significa que em cima da minha mesa há literalmente 7 pilhas de papéis. Day after, chego no trabalho antes das 9 da manhã, morrendo de sono (óbvio) e dou de cara com aquela estação de trabalho vazia. Me sinto estranha de novo.

Lógico que não vamos perder contato, nos tornamos amigas ora. Mas é estranho olhar pra frente e ver que o espaço antes ocupado voltou a ser a estéril e impessoal estação de trabalho padrão. E vai ser estranho não sermos mais questionadas sobre o que nos fazia rir tanto. Mas a vida segue. Chegadas e partidas.

Você nem sabe que isso aqui existe, mas do lado de cá torço silenciosamente pelo seu sucesso. Vai dar tudo certo. Bom recomeço.

Enfim, eu sou uma babaca sentimentalóide mesmo. Pelo menos não chorei...mas eu não choro. Eu sou fria e racional como um antigo soldado soviético...ou não sou? Sei lá, só sei que demissões são sempre estranhas e fazem com que eu chegue em casa me sentindo uma merda mesmo sem ter nada a ver com isso.

Eu ando, hum, contemplativa, digamos assim. Pra quem me conhece isso soa até irônico, a rainha do overanalyze dizer que anda contemplativa como se fosse um estado transitório. Enfim, eu ando assim. Pensando demais. E lendo pela porrilhonésima vez Alta Fidelidade. Porque o medo da vez é de virar Rob Fleming. Eu leio e leio e leio e penso não, não, não, você não pode virar Rob Fleming. Muito embora às vezes eu pareça mesmo é o Dick. E aí como piada interna ouvi umas duas vezes All Kinds of Everything (sim, eu baixei. É péssima, uma loucura). E quem não leu o livro não vai entender nada. Péssimo jeito de se começar um post não?

Passou um tempo, pensei mais um pouco e acho que descobri porque ando pensando demais (mais que o normal) pelos últimos dias. Bem, estou me aproximando do meu inferno astral. E pra mim infernos astrais sempre serviram pra isso, pra colocar a minha vida em perspectiva. Infernos astrais e fim de ano. Aí resolvo fazer um desses testes de personalidade just for the kicks (e minha mania de usar expressões em inglês piorou muito). Aí eu vejo o resultado: "Você tende a ser uma pessoa quieta e reservada, e é difícil das pessoas realmente te conhecerem bem. Você esconde suas idéias e opiniões dos outros, exceto daqueles mais próximos a você. Você é normalmente uma pessoa educada e sensível no lidar com as pessoas, que se interessa em contribuir com o bem-estar e com a felicidade delas, e que se esforça muito em cumprir tarefas em que você acredita.". Ok, check. Eu sou uma babaca sensível com quem eu gosto e um pouco idealista. Embora o lado idealista seja sufocado pelo cinismo que a gente é obrigado a desenvolver com o tempo. Mundo moderno de merda.

"Você não costuma se dar crédito o suficiente pelas coisas que você faz muito bem. Seu forte sistema de valores leva você a ser extremamente perfeccionista, e faz com que você julgue a si mesmo de uma maneira desnecessariamente dura.". A gastrite tinha que vir de algum lugar.

No final de tudo eu sou descrita como um tipo de personalidade que busca a sensação. Pessoas que desejam estar onde está a ação, que procuram aventura e anseiam por prazer e estímulo. E aí eu lembro do que conversamos ontem (e você a criticar minha suposta eterna insatisfação) e até que faz sentido. E isso de buscar sensações. Hum, melhor nem desenvolver muito esse tema.

O que não faz sentido mesmo é esse post. Mas o que vocês esperavam de algo escrito de manhã cedo? Enfim, time to go. Hoje o dia promete sensações estranhas.

Surrealices aleatórias

Então eu chego em casa às 6 da manhã, tropeçando em mim mesma e percebo que sou um cigarro ambulante. E eu nem fumo. A culpa então é de quem? Da fila! Isso que dá encontrar com aquele seu colega de colégio, aquele que te viu aos 13/14 anos e que é uma chaminé. Mas tudo bem. Depois de dormir algumas horas (muito menos do que você gostaria mas seu relógio biológico resolveu te foder de vez) você percebe que suas roupas estão jogadas no chão da sala, o all star está no quarto da sua mãe (um pé desamarrado e o outro ainda com o cadarço amarrado), o celular está no chão e você tem um arranhão na mão esquerda. E você não tem a menor idéia de como as coisas foram parar nesses lugares ou em que circunstâncias se arranhou.

Moral da história: preciso parar de encher a cara. Ou pelo menos parar de voltar a beber só porque começo a sentir que a sobriedade está voltando. Tipo, ah, já to legal, to até voltando a me sentir sóbria, mais uma não vai fazer mal...mais 2, 3...

Pior é ainda ser chamada de preconceituosa pela sua mãe. Sim, você acorda de ressaca (e finge que tá normal) e é chamada de preconceituosa. Tudo porque você diz que nem sabe o que o tal colega de colégio estava fazendo no mesmo lugar que você, já que aquele nem é ambiente pra ele. Afinal, ele gosta é de rave e música eletrônica. Minha mãe sempre me acha uma esnobe preconceituosa quando o assunto é música. Mas só quando o assunto é música, que fique bem claro.

E eu não deixo de ser motivo de divertimento para amigos sem noção. To eu no trabalho quando toca o celular. Super gêmeos ativar! Forma de amiga sem noção!

- Tá podendo falar?
- Sim, diga. (pagando a conta do almoço)
- Você conhece uma banda chamada The Who?
- Óbvio, qualquer um conhece (menos ela...)
- Lembra daquele amigo que eu falei que conhece bandas que ninguém mais conhece? Eu disse que tenho uma amiga que conhece mais bandas que ele e ele não acredita, aí resolvi te ligar...
- Sei...(céus, onde vamos parar?)
- Fala aqui com ele! (ai caralho, não creio...)
- Oi. Então, vc conhece Audiovox, The Jam?
- Audiovox já ouvi falar, The Jam conheço. Mas não é bem o que eu escuto.
- E o que você escuta?
- Killers, Muse, Cinematics, Sigur Ros, Peter, Bjorn and John, por aí...(só vai conhecer Killers né...)
- Não conheço.
- Nem Killers?!? Mas Killers é famosinha, já teve música até em novela...(humpf...amador!)
- Você conhece Stiff Little Fingers?
- Ah, essa qualquer um que tenha lido Alta Fidelidade conhece. (vai, pode dizer que eu sou uma arrogantezinha esnobe musical filha da puta. E eu já perdi a conta de quantas vezes li Alta Fidelidade.)
- Hum...bem, vou passar pra M.

E o resto da conversa é irrelevante. Tem coisas que só acontecem comigo...

Agora uns videozinhos...



Essa daí é It's Alright Baby do Komeda. Eu já citei essa música em algum post bem antigo. Bem, tenho ouvido direto.

E dois do Sean Lennon, as minhas músicas favoritas de Friendly Fire. Spectacle e Dead Meat.



O problema de spectacle é que eu faço comparações imagísticas com os dois significados da palavra. Porque spectacle pode significar tanto espetáculo quanto óculos. Mas explicar isso demoraria muito.



E como a intenção é indicar coisas menos conhecidas, vamos de Science is Golden do The Grates. Essa música eu ouvi e anotei pra baixar depois da seguinte forma: "The Grates - Science is Golden (palminhas!!!)". Sim, demência total.



Kubichek! - Outwards



The Changes - When I Wake



Eu queria colocar aqui ainda vídeos de The Umbrellas - Boston White e Under Byen - Palads (a pronúncia é oohna boon), mas não tinha vídeo desses no You Tube. Até tinha de Boston White mas era só a música de fundo de um vídeo de fotos. Mas quando o You Tube falha pra quem eu apelo? Pois é, The Hype Machine! E lá só tinha Palads. Hum, será que Umbrellas é uma banda tão obscura assim?

Enfim...espero que gostem.

Eu to ficando com fama de furona. Perdendo minha credibilidade mesmo. No fim de semana passado eu ainda tava meio me recuperando e etc então tudo bem. Mas esse fim de semana...putz, frustração total de não ter saído no sábado. Sim, frustração boba, pequena, mundana mesmo. Mas quem disse que eu tenho que carregar todas as questões relevantes do mundo na cabeça? A questão é que acabei não saindo porque na hora faltou companhia. Planos nem sempre batem, normal. O pior de tudo é ainda levar "bronca" (e eu odeio broncas ou que me chamem a atenção por qualquer motivo que seja). Porque eu disse que ia né? E minha credibilidade indo pro ralo. Logo eu que tenho um orgulho bobo dela. Aquelas palhaçadas de back up words with action. Eu cumpro o que me comprometo a fazer. Lavagem cerebral na infância entende? Pois é.

- Oi
- Oi
- :(
- Pois é :(
- Creia-me, fiquei frustrada de não ter ido ontem...
- Creio não :( . Era só ter ido comigo

Ah, e foi só não ir que descubro que tocaram Slow Hands, uma das minhas músicas favoritas do Interpol. Não bastasse isso ainda teve Maxïmo Park, Kubichek!, Muse, etc. Alguém tem um veneninho básico por aí? Tá bom, parei com o drama. Mas era Slow Hands!!! Ok, ok, agora acabou o drama mesmo.

Como piadinhas auto-depreciativas são o meu forte, mais uma rodada de diálogos surreais pra galera. Esse rendeu uma pérola que vai acabar virando piada interna: amigos imaginários.

- Eu ando numa fase The Cinematics. Sabia que se vc googlar a banda nem acha as letras das músicas? Eu to chocada...
- Babe, só vc mesmo pra batizar de fase sua onda de ouvir uma banda que nem existe direito, on the first place. Tipo amigo imaginário.

Logo eu que nunca tive amigos imaginários...mas conheço uma pessoa que tinha. Aliás, isso sim é surreal. Conheço alguém que tinha uma amiga imaginária chamada Cristiane. Até aí nada. O problema era a, hum, como dizer, expressão física da amiga imaginária. Porque não bastava ser imaginária, tinha que ter algo de físico pra apontar e dizer que aquela era a Cristiane. Uma boneca? Não, boneca é para os fracos. Cristiane era uma lixeirinha de papéis. Aliás, as bonecas dessa figura em questão (a que inventou a Cristiane) eram uma coisa. Sabe aquelas bonecas imensas? Pois é, aquilo ali era pavoroso. Boneca grande gives me the creeps. Penso logo naqueles filmes de terror trash onde bonecas grandes assim ganham vida e saem matando na madrugada. Mas isso é outra história.

Ah, só pra não perder a viagem, escutem o álbum Friendly Fire do Sean Lennon. Muito gostosinho de ouvir.

MSN no trabalho:

- Você é indie, não eu.
- Vamos fazer uma lista?
- Ok.
- 49 amigos, 189 bandas.
- Hum, 4 amigos, 290 bandas. (tirado do Last.FM)
- Você tem 100 bandas a mais e muito mais bandas que amigos, isso é muuuuuito indie.
- ...
(Não foi exatamente assim mas eu nem tenho log disso então releva...)

Mas nada me tira da cabeça que de nós dois o mais indie é você. Você ouvia Múm antes de mim. Você ouvia Modest Mouse antes de mim. Só tem um furo na tua história com o Modest Mouse, você ignorar a existência do Ugly Casanova. Mas tudo bem.

E da série tomando remédio no trabalho...

- Já volto (com uma caixa grande na mão).
- O que é isso?
- Remédio. Xarope. Odeio!
- Onde você vai?
- Vou tomar o remédio longe de vocês, pra poder me comportar como uma criança e fazer careta. Odeio xarope!
- Deixa eu ver...qual é esse?
- Sei lá, a médica que receitou...
- Não é daqueles proibidos não né? (rindo)
- Proibidão... (mais risos)

No fim do dia o anti-vírus dessa figura acusava a existência de mais de 9000 arquivos infectados.

- Mas como você conseguiu isso?
- Sei lá!
- Sei...fica vendo pornografia no trabalho, nisso que dá...hehehehehe

É bom trabalhar num ambiente que estimula minha infâmia...

Então depois de uma semana from hell me recuperei. A sensação é de que o stress vai foder a minha vida. Aliás, to começando a sentir que não sabia no que tava me metendo quando decidi ter 2 e não um só orientador. Loucura em dobro, meus caros. Ambos muito tranqüilos e etc, mas conciliar as coisas vai ser trabalhoso.

Mas enough about work. Música. Eu ando viciada em Cinematics (dá pra ver ali pelo Last.FM). Muito legalzinho e segundo um amigo (seu indie!) é um genérico de Franz Ferdinand. Só sei que outro dia meus vizinhos tiveram que aturar me ouvir cantar a plenos pulmões A Strange Education (a música que dá nome ao CD). E sem entender nada porque eu tava ouvindo no iPod. Bem, eles me fazem ouvir absurdos então que tolerem minha cantoria desafinada de vez em quando. Nem faço isso com freqüência mesmo. Sobre ser um genérico de Franz, hum, discordo. Acho que você pensa assim só porque te mandei Keep Forgetting, que segue meio a linha "rock pra dançar".

Segunda parte musical do post, o novo do Maxïmo Park já está disponível pra ser baixado e como eu tenho Síndrome de Download, já peguei. Aliás, eu to me especializando em download. Tipo, pra rapidshare tem o acelerador, pra Megaupload tem o plugin pra evitar bloqueio. Proxys e mais proxys pra burlar limitações de tempo. Enfim, eu já to usando DVD pra gravar mp3 porque CD-R tá ficando contraproducente. Be afraid, be very afraid.

Que mais que eu tenho pra falar? Hum...Heroes! Mas Heroes merece post próprio então fica pra próxima.

Ah, fato surreal da semana: Uma tia me oferecendo uma cópia da chave da casa dela pra eu ir pra lá e não voltar pra casa no meu fim de noite. Fala sério! Minha tia e minha mãe acham mesmo que eu vou baixar meio bêbada na casa da minha tia de manhã cedo? Família...humpf...bando de loucos!