29 outubro 2006

Eu já to acostumada a me olharem torto quando começo a citar as bandas que eu gosto. Ninguééééém conhece. E pior, ainda acham os nomes estranhíssimos. Então eu parei pra pensar nisso, nos nomes de algumas bandas. De fato, eu gosto de bandas com nomes estranhos. TV on The Radio, She Wants Revenge, Yeah Yeah Yeahs, Oh No! Oh My!, Say Hi To Your Mom, Ratatat, Boy Kill Boy, Clap Your Hands Say Yeah, The Magic Numbers, Foward, Russia!, Hot Chip, Dirty On Purpose, Forget Cassettes, The New Pornographers, Sneaker Pimps, My Morning Jacket, Hot Hot Heat, The Carter Administration e por aí vai (depois de postar vou lembrar de mais trocentos nomes estranhos). Esses são nomes que me vieram à cabeça agora.

Mas o prêmio de nome mais estranho (e genial!) dos últimos tempos vai pra essa banda aqui: Someone Still Loves You Boris Yeltsin. Cara, imagina o processo de criação desse nome! Se eu tivesse banda nunca saberia inventar um nome legal. Humpf, Rockstar frustrada total...
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Tim Festival 2006

E lá fui eu pra Marina da Glória na segunda noite do Tim Festival. A única preocupação da noite era conciliar 2 shows em tendas distintas, TV on the Radio e Yeah Yeah Yeahs. A primeira tocou no Tim Lab e a segunda no Tim Stage. Impressões iniciais: aquela história de ar condicionado forte que eu li no jornal era verdade. Muita gente de casaco. Nos intervalos de fato batia um friozinho mas durante os shows passava.

Primeira parada: Tim Lab. Assisti a uma apresentação surreal do Bonde do Rolê com direito a participação da Deise Tigrona. Mas o papel deles ali era inglório, aquecer (literalmente) um público que nem sabia quem eram eles. Eu confesso que tava ali mais pra esperar o TVOTR. Então pulemos pra parte que interessa no Tim Lab. Eu fiquei na grade no TVOTR. Câmera na bolsa, cartão de memória de 512mb, tudo pronto pra fazer fotos e videos espetaculares da banda que eu achei que seria a grande atração do Tim Festival no dia 28. Supresa, as pilhas que eu achei que tinha carregado me deixaram na mão (grave suspeita de que uma das tomadas do meu quarto tá ferrada). Resultado: 5 fotos, um vídeo de 30 segundos e muita frustração nesse sentido. Mas quem disse que deu tempo de sentir frustração? Showzaço. E olha que os caras se apresentaram com os instrumentos do Thievery Corporation porque a American Airlines perdeu o equipamento deles. Menção honrosa pra uma camisa "I coração Iraq". E não vou fazer críticas sobre a performance da banda porque ninguém merece liberar o crítico musical que mora em mim com suas mil metáforas e clichês.

Depois disso, Tim Stage e Yeah Yeah Yeahs. Quando cheguei no Tim Stage estava no intervalo. A Patti Smith tinha acabado de se apresentar. Perdi, mas enfim, foi uma opção consciente. Entre TVOTR e Patti Smith escolhi TVOTR. E eu juro que achei que YYY não seria grandes coisas ao vivo. Me enganei redondamente. Muito, muito foda. O show da noite. Karen O possuída, correndo de um lado pra outro aos berros, se jogando no chão, cuspindo água pro alto, the whole thing. E ainda fecharam o show com Date with the night. Depois disso minha noite estava acabada. Joelhos destruidos, cansada, mas completamente satisfeita.

Ainda tive que fazer o truque do desaparecimento no fim do show, mas isso é outra história...
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25 outubro 2006

Eu tinha escrito um post mas meu computador deu ataque e perdi tudo. Vamos então recriar as coisas. Vejamos se dessa vez consigo me expressar com maior clareza.

A pessoa que escreve aqui hoje tá num clima loser. Eu ligo pra uma amiga, preocupada com algo que aconteceu, e ela diz que eu trabalho demais. Escrevo um e-mail pra me desligar de um compromisso. Penso nas coisas pendentes. Nas coisas que ainda preciso escrever. Preciso escrever sobre assuntos burocráticos, tentar dar algum enfoque interessante, mas não ando inspirada.

Alguns dias atrás levei uma dispensada. Claro que na hora fiquei puta e etc. A vontade era xingar o cara, mas eu sou a imagem do auto-controle então me mantive muito calma, bem blasé. Mesmo que por dentro eu o chamasse de escroto superficial. E então fiquei ruminando isso com os meus outros problemas. Porque pensar demais é um dos meus defeitos, senão o pior deles.

Então cheguei a uma conclusão. Essa minha falta de jeito pra aceitar a dispensada nem é por causa dele. Não. Na verdade eu aceitaria tudo numa boa se EU tivesse dispensado. O que temos aqui é o caso clássico da menina mimada com o orgulho ferido. Então eu escuto Orestes do A Perfect Circle no repeat. Porque eu gosto de ouvir APC quando estou assim, estranha.

E são 00:26 de terça-feira. Eu devia estar dormindo. Afinal, amanhã tenho um longo dia pela frente. Todos dormem na casa menos eu. Me poupem de referências a uma certa música da Legião Urbana. Meu negócio é APC. Se é pra ser atormentado que seja do jeito pirado do Maynard James Keenan.

A verdade é que ando com sensações estranhas. Parece que a qualquer momento vou ter que enfrentar questões que venho evitando. Tenho pensado em finais. Seja o fim de um ciclo, seja a mortalidade alheia. "I can almost hear you scream...".

Eu desisti de fazer sentido. E preciso parar de pensar demais. "Gotta cut away, clear away". Preciso dormir...

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17 outubro 2006

Isso vai fazer sentido daqui a 3 meses...



...no Teatrão.
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11 outubro 2006

É um pouco difícil admitir vulnerabilidades quando você passou a maior parte da sua vida na defensiva. Certamente a maior parte da sua vida adulta. É difícil aceitar que você não é a fortaleza inexpugnável que faz crer ser.

É especialmente difícil digerir as milhares cobranças silenciosas que você se faz diariamente. E eu odeio escrever esse tipo de post. No entanto, as palavras parecem ter vida própria. Elas guiam minhas mãos, me ordenam que sejam escritas. Elas têm vontade própria. Objetividade nunca foi o meu forte.

Eu odeio esse tom reclamão e "querido diário", mas esse negócio de se olhar no espelho e ver que você virou adulto é foda. É uma espécie de queda, onde a pancada no chão é equivalente a perceber que você mudou. Mesmo que você negue e diga que nada mudou. And it's a long way down.

De repente você não tem mais tanto tempo livre. Stress passa a ser uma palavra bem comum. Mais que isso, deixa de ser só uma palavra.

É legal crescer e tal, mas as responsabilidades atreladas são foda. Imagina, você não vai mais poder fazer algo idiota como ver o filme da sessão da tarde. Mesmo que você ache o filme uma merda.

Enfim, minha cabeça tá pedindo socorro. Meu corpo também, à reboque. Crescer é legal, mas vou te contar, dói pra caralho...
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10 outubro 2006

Ao que tudo indica a Woxy retorna hoje por volta de 11:10 da manhã. Aguardo ansiosamente.

Mudando de assunto eu perdi a paciência com um monte de coisas. Acho que preciso de férias, to ficando muito ranzinza...

Prioridade do mês: Tim Festival.
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05 outubro 2006

GOL 1907

Então o tal do Joe Sharkey, sobrevivente do Legacy e repórter do New York Times, resolveu abrir a boca e culpar o controle de tráfego aéreo brasileiro pelo acidente. Muito simpático ele. E lá fui eu escrever e-mail pro sem noção.

Mr. Sharkey,

It's a shame that you decide to blame the brazilian air traffic control when evidences point out that the biggest airline disaster in brazilian history happened because of the reckless behaviour of the Legacy pilot. Yes, your pilot that day.

It's a shame, Mr. Sharkey, that you jump to conclusions and say the pilots are in danger in Brazil. This not the US, our Justice System does not conduct witch-hunts. We do not elect judges, their legal decisions are not used as political bargain.

You were lucky, Mr. Sharkey. Your pilot's mistake that afternoon could have costed your life. It didnt. Luckly for you, in His endless wisdom, God decided it wasn't your time yet, Mr. Sharkey. But the Legacy pilot sealed the faith of 155 people. Can he sleep at night? 155 people. Men, women, children, even a kid 11 months old. We are now picking up pieces of people, Mr. Sharkey. So mutilated that they'll have to be identified through DNA.

We are all mourning those 155 souls. We all feel for the families. And we weren't there. You were, Mr. Sharkey, but instead of showing some sympathy you just decided to bad mouth brazilian authorities. Is this the job of a reporter of the prestigious NYT?

But hey, you survived right? No biggie. Let's just blame the air traffic control and carry on with our lives. Let's say how wonderful the Legacy pilots were, how brave, how well trained. Come on, Mr. Sharkey, there are no heroes in this story. There aren't monsters either, what we may have in this story is negligence. Legacy pilots' complete disregard for air traffic regulations.

What really matters is that 155 people died that afternoon and instead of not taking sides, like a good journalist should, you decide to blame others, Mr. Sharkey.

Instead of slandering brazilian authorities, Mr. Sharkey, why don't you move on with your life? Let authorities work. Let other journalists follow up this story. You were given a second chance. Give the journalist some rest for now, be just a survivor of this horrible crash and enjoy your life. Those 155 people won't be able to do the same.

Step aside, Mr. Sharkey. Don't hurt anymore those families that are still trying to understand what happened in their lives. Don't blame air traffic control when all you did was sit tight in that plane and pray for your life. Don't make assumptions. Show some respect for the victims. I'm not asking too much.

Step aside Mr. Sharkey. That's the best thing you can do right now.

Bem, é isso.
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02 outubro 2006


Pela primeira vez na vida sou obrigada a dizer, obrigada São Paulo. E tudo bem que o Lula deve acabar ganhando mesmo, mas eu quero segundo turno. Eu quero crer que pelo menos 41% da população se nega a aceitar um "eu não sabia" como desculpa. E eu quero ver o Lula no debate.

E eu sei que essa posição me torna imediatamente antipática com uma porrada de gente. Mais que isso, gente que eu gosto bastante. Talvez eu não consiga expor meus motivos agora, mas vamos evitar crucificações ideológicas ok? Isso não é um caso de direita ou esquerda. Não é um caso de voto de aceitação. É voto de rejeição.
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