30 agosto 2006

Estou eu na faculdade à noite ouvindo quase calouros fazendo drama sobre a possível reprovação numa matéria. Uma menina só falta chorar e eu nem tenho mais saco pra isso. Veja bem, a matéria em questão nem atrasaria a formatura. Era um problema contornável (a longo prazo) com algumas providenciais quebras de pré-requisito. E nem são coisas absurdas, são quebras automáticas segundo uma Resolução do ex-diretor. Mas rola um drama. A vontade que dá é dizer que a faculdade funciona num sistema de créditos, que não é colégio, que ela não vai repetir de ano. Enfim...

Eu recoheço que o que eu acabei de escrever pode ser usado contra mim por quem me conhece. Portanto, vocês duas, me poupem das críticas quanto ao drama e reconheçam que a situação é diferente. Ela é diferente né? ;)

Outra coisa, pelo Last.fm dá pra perceber que eu estou ouvindo basicamente Say Hi To Your Mom e Silversun Pickups. Ao menos no computador. Um trecho de Future Foe Scenarios anda repetindo na minha cabeça: this revolution baby proves who you work for lately who do you work for baby and does it work for you lately. Enfim, deixa isso pra lá, vou deixar aqui o clipe de Kissing Families.



Ah, Future Foe Scenarios, que pode se vista aqui.
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26 agosto 2006

Essa semana teve simulação de incêndio no trabalho. Um saco. Acontece que são 3 prédios e cada um deles teve simulação individual. Parece que ainda vai ter o exercício com a evacuação simultânea dos 3 prédios. Aí inventaram esse negócio de anjos do andar. Um anjo vai na frente pra mostrar a saída, o outro vai atrás pra se certificar que todos saíram. Enfim, as babaquices corporativas que acham bonitinho. Anjo do andar com direito a camiseta especial e tudo. Claro, se aquela porra pegar fogo vão lembrar sim de vestir camiseta pra guiar os outros, sei. Enfim...

Eu tenho severos problemas mentais. Só pode ser. Porque fiquei fazendo piadas infames com o treinamento de incêndio. Tipo, eu falei que ia fazer um CD temático com músicas de incêndio. Duas músicas já estão escolhidas pela infâmia. Uma delas é Soraia Queimada (eu quero ver Soraia queimada, eu quero ver Soraia queimada, porque Soraia me queimooooouuuu), a outra eu nunca lembro o nome mas é assim: the roof, the roof, the roof is on fire. the roof, the roof, the roof is on fire, we don't need no water let the motherfucker burn. Burn, motherfucker, burn! Lógico que descer trocentos andares de escada cansa. Principalmente a minha paciência. Ainda bem que quando tocou a sirene eu tirei da bolsa umas balas e carreguei comigo. Suuuuuuuuuuper sério o treinamento, desci comendo bala e fazendo piadas infames. Mas desci direitinho. Reconheço que, embora chato, o treinamento tem alguma importância.

Uma vez no térreo, resolvi encarnar o espírito de porco habitual e falei: "ok, descemos bem, num tempo bom, mas e se o incêndio for em baixo?". Me responderam que ainda treinaremos a subida ao telhado. Que merda! Eu tenho medo de altura e querem me treinar pra ir pro telhado. E fazer o que no telhado?

Eu já falei que o mundo corporativo me cansa? Pois é.
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25 agosto 2006

Bem, agora é hora de falar de Say Hi To Your Mom, uma das bandas que eu ando ouvindo. Daí que hoje em particular resolvi ouvir o álbum Impeccable Blahs. Acontece que o álbum todo tem um tema. Vampiros. Então é isso, Impeccable Blahs é uma espécie de vampire-pop. É divertido, nada de levar a sério e etc, é bem-humorado.

Impeccable Blahs já começa a ser divertido pelo nome de algumas músicas: She just happens to date the prince of darkness, Not as goth as they say we are, The reigning champ of the teething crowd e por aí vai...

E tem outra coisa, você tem que gostar de uma banda que consegue mencionar em uma letra as facas Ginsu! E é o que fazem em Sweet Sweet Heartkiller. Sem contar que a música em questão é um popzinho legal e chiclete. E foi isso que me fez postar sobre Say Hi To Your Mom. Hoje eu parei pra prestar atenção nas letras e é a primeira vez que ouço alguém fazer bom uso da palavra Ginsu em uma música.

Sweet Sweet Heartkiller - Say Hi to your Mom

In her youth she made tons of pence ghost-penning songs for big hair aristocrats.
Now she lies in a plush, velvet bed,
shaped like a coffin and filled with bats.
And she is pale and I am smitten
and in the moonlight we both still like
the smell of anything night blooming,
and she bites through the necks like Ginsu:
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller.

Next to walls that jut from the earth
like frozen trajectories of superheroes,
we nibble and jest about things that drain and the taste of lust.
And she is over here
and I am over there
and the unlucky dark cloud is in the middle.
We like to time ourselves,
we like to watch ourselves,
and her winks cut through me like a Ginsu:
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller.

And everything's good
and everything's fine
and everything's bitter like sweet things should be,
when I'm sinking my teeth into her:
my sweet heartkiller,
my so sweet heartkiller,
my so sweet heartkiller,
my so sweet heartkiller,
my sweet sweet heartkiller.
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Cá estou eu ouvindo o CD novo do Kasabian que vazou na internet antes do lançamento. Como tudo ultimamente. Já to até com a pré-versão do novo do Decemberists, mas isso não vem ao caso. O caso é que falaram de Waking Life e eu amo esse filme. E comentaram sobre crescer e isso me aflige.

O caso é que eu saí do trabalho ontem por volta de 8:30 da noite e cheguei em casa cansada. É que um amigo vem de SP e eu não posso furar com ele (de novo). Que preciso escrever sobre alterações numa lei. Que preciso ir no fórum, na OAB e resolver coisas burocráticas que já devia ter resolvido literalmente meses atrás. Mas cadê o tempo? Cadê a vontade? Whatever. Negligente com os amigos eu sou (Yoda baixando).

A sensação que eu tenho agora é que eu tenho um monte de coisas relevantes a dizer mas não consigo concatenar as idéia num discurso lógico. E olha que discursos lógicos são a minha vida. Bem, pelo menos a vida profissional. Minha vida pessoal é o que há de incoerente e ilógico. Porque existe um abismo entre sentir, pensar e transparecer. Externar não é muito comigo. Aí você pára pra pensar, até que ponto te enxergam de forma errada só porque você não mostrou a que veio? Ou então você se pergunta se apesar de todas as barreiras e defesas ainda conseguem enxergar quem você realmente é. E eu na verdade odeio escrever desse jeito. Mas são questões que têm ocupado bastante espaçona minha cabeça ultimamente.

Então eu lembro que o Tim Festival já tem datas marcadas e atrações e nada mais importa. Yeah Yeah Yeahs, Patti Smith, Daft Punk, Beastie Boys e TV on The Radio vêm. E é surpreendente a escalação de TV on The Radio. Até porque eu não conheço ninguém que conheça essa banda também. Bem, talvez minhas companhias sejam erradas. Enfim, lá vou eu me programar pra ver Yeah Yeah Yeahs, Daft Punk e TV on The Radio. Bons shows.

Mas a pergunta que não quer calar: afinal, quando o Radiohead vem tocar aqui?!?

Pra terminar, ainda sobre bandas, se alguém tiver um link pros álbuns do Forget Cassettes e Heartless Bastards, eu agradeço.
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19 agosto 2006

Sabe quando você acha que uma coisa é extremamente clichê e inverídica sua vida inteira e então percebe que ela aconteceu contigo? Pois é.

Falemos então do clichê da falta de tempo. Porque quando eu era adolescente eu achava que essa história de falta de tempo não existia. Como assim alguém não tem tempo de pegar o telefone pra dizer oi? Como assim uma pessoa não tem tempo de encontrar alguém que mora duas ruas depois da sua? Impossível. O conceito de falta de tempo era tão intangível quanto hum...quanto não achar química uma matéria muito chata.

Alguns anos passam e você percebe que não conversa com a sua melhor amiga há umas 2 semanas. Você fala nela, mas não com ela. Você percebe que tem mais histórias envolvendo amigos do trabalho do que seus amigos antigos. Pior ainda, você compra um livro e só consegue começar a ler 2 semanas depois.

Aí você finalmente pega o livro pra ler. Um thriller de tribunal. Você vai pulando aquelas páginas com os dados do livro, referências de catalogação, agradecimentos. O que vem na página seguinte, a primeira antes do livro começar mesmo, soa como uma espécie de piada cósmica. De todos os livros você escolhe logo um que tem um trecho d'As Confissões de Santo Agostinho (Livro IV, Capítulo VII): "Para onde meu coração fugiria, em busca de refúgio do meu coração? Para que lado ele voaria, onde não me seguiria? Em que lugar não seria presa de mim mesmo?".

Se eu acreditasse em sinais ficaria impressionada...
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10 agosto 2006

Where do I start, where do I begin? é o que tenho me perguntado. Porque tenho pensado demais sobre a minha identidade.

E o que me torna o que eu sou? São os livros que eu gosto, as bandas que eu ouço, os filmes que vejo, as pessoas com quem me relaciono? E se eu dissesse que de repente um fator de identificação fosse removido. Assim, num puxão, como um band-aid. Seria atordoante, não? Pois é assim que me sinto agora, atordoada. And I'm still trying to get closer to who I am.

Agora tenho uma decisão a tomar, um caminho a escolher. Escolhas solitárias nunca me fizeram bem. Escolhas com razões afetivas muito menos. Tem uma frase que sempre repito mentalmente como se fizesse parte do roteiro de filme B da minha vida (ou comédia de erros, não sei ainda): Every emotional choice you've ever made in your life was wrong. Volto a pensar nas opções, na escolha que tenho que fazer, e me vem à cabeça uma simples pergunta, are you on my side? A resposta não cabe a mim. Cabe a várias pessoas.

Só sei de uma coisa. Odeio despedidas...
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06 agosto 2006

Já ficou irritada por ser mal interpretada por quem nunca se deu ao trabalho de conversar cinco minutos com você e acha que já te decifrou por completo? Pois é.

There's more to it than what meets the eye. É engraçado como tanta gente se deixa levar por aparências. Assim como é bem engraçada a forma como algumas pessoas tentam vender uma imagem e se contradizem sem nem notar.

Semana complicada, meus caros. Stress, muito stress. Porque eu vivo no mundo real, com problemas reais. Tenho um chefe estressadíssimo, prazos a cumprir e responsabilidades que ultrapassam meros afazeres burocráticos. Não bastasse isso, minha cabeça funciona 24/7, questionando, procurando outras perspectivas, analisando. I live under the microscope. Ainda assim há quem me ache fechada em um mundo próprio. Porque o silêncio é mal interpretado. Porque a irritação é mal interpretada.

A era do politicamente correto chegou pra nos despir de todas as nossas pequenas falhas, tão tipicamente humanas. Engraçado como é tudo tão cinematográfico. Os perfeitinhos são verdadeiramente fucked up people. Tudo anda tão Breakfast Club ultimamente...
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02 agosto 2006

Mais uma noite normal com a minha família surreal:

- A Maria me perguntou uma coisa mas como provavelmente eu vou estar dormindo, vou te dar resposta e você fala pra ela.
- Tudo bem.
- Ela perguntou se existe CAMP para actinomices, você vai responder que não existe CAMP para actinomices e...
- Perae, você acha que eu vou lembrar isso? Deixa eu anotar que eu vou esquecer tudo...(anotando) "não há CAMP para actinomices, o CAMP é para listéria e rodococo". Tá...
- CAMP (insira aqui o significado da sigla) é uma reação de aumento de hemólise entre listéria e rodococo e staphylococo e streptococo.
- hum rum...boa noite então mãe...

Me pergunto por que minha mãe usa esses termos biológicos comigo como se fossem as coisas mais usuais do universo. Eu sou de Humanas...
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01 agosto 2006

A vida é mesmo cheia de ironias. Ontem tive um dia ruim, clima pesado e etc. À noite, conversas significativas. No carro, no MSN. E então acordo hoje e como boa idiota que sou, a primeira coisa que faço é ligar a TV.Isso garante que eu não vire pro lado e durma mais. E que filme está passando? Antes do Por do Sol.

Esse filme é de uma ironia atroz porque os personagens falam coisas que eu não ousaria dizer. Muito embora aquelas palavras possam sair com propriedade da minha boca. Da nossa, eu diria. Mas já falei em outro post que hoje em dia somos desconhecidos.

Estou relendo Alta Fidelidade. É engraçado como esse livro trata de questões tão importantes sem que pareça dessa forma. Cada vez mais fã do Nick Hornby. E eu confesso que eu tenho uma fixação quase doentia por música, então é reconfortante ver que não sou a única. Qualquer dia vou ter que me tratar. Escrevi que tive um dia ruim e me veio na cabeça Bad Day do REM (It's been a bad day please don't take a picture).

E então eu venho aqui ouvir Architecture in Helsinki. E embora saiba que é "arquitécture" e pronuncie assim, na minha cabeça vem "architecture". Eu e o meu francês bunda.

Minha postura inabalável/inatingível um dia vai me fazer mal.

p.s: O Detran melhorou a qualidade das suas músiquinhas de espera. Liguei pra lá e me colocaram pra ouvir Don't Get Me Wrong. Pretenders é legal...
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