29 abril 2008

Time is on my side...

É o que eu penso de uns tempos pra cá. Apesar de toda correria, o tempo me tem sido bom. O tempo passa e as coisas vão se acertando, vão melhorando. Me vem agora à cabeça aquela frase: "Life is wine". Valeu, Paul Banks.

Entre cartões de visita e garrafa de espumante fiquei mais infame. Com um crachá da Lindsey Lohan e foto tosca poser pride de bêbada. Depois fiquei pensando que nem devia ter usado o nome dela, devia ter pedido pra me identificarem como Herminones. Tá, ninguém ia entender, mas seria engraçado. Ninguém ia reconhecer que não pode ficar soltanü majias e falando palavröa. Mas tudo bem.

Minha estagiária fez a Tropa de Elite e pediu pra sair. E eu falo essas coisas. Fulana fez a Tropa de Elite, mando pelo e-mail corporativo a descrição da comunidade da hermione bêbada, etc. Acho que eu faço essas coisas retardadas pra suavizar minha seriedade absurda. Sim, eu sei que é difícil de acreditar, mas eu sou super séria. De verdade. Agora vou ter que selecionar gente. Eu tive que entrevistar três já e achei um saco.

Não tem sobrado muito tempo pra ficar garimpando bandas, mas tem umas coisinhas que eu ando escutando e ouçam por sua própria conta e risco se assim desejarem: The Jealous Girlfriends, M83, Moving Units e Frightened Rabbit. Eu juro que essas bandas existem!

Na lista de congratulações mais engraçadas ever, SMS de uma amiga me desejando "todas as coisas lindas e esquisitas do mundo". Acho que parecido com isso só um ano aí, não lembro qual, que fizeram piada com o meu alterego soviet.

Pra terminar, já reparei tem tempo que eu tenho um leitor na Holanda. E eu não faço a menor idéia de quem seja. Dá pra se identificar? Tiop, eu conheço gente que mora lá, mas putz, a criatura nem sonha que eu tenho blog. Espero. Também tenho umas visitas fixas de alguém em Paris. Será que rola uma identificação ainda que seja por e-mail?

Enfim, é isso aí. Post desconexo do mês.
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19 abril 2008

Cenas de uma sexta-feira

Eu não aprendo. Parece que sexta-feira é aquele dia descontraído onde eu resolvo fazer papel de palhaça no trabalho. Vejo uma caixinha de som de um computador apoiada na divisória da estação de trabalho tocando bem baixinho alguma música de MPB fazendo as vezes de som ambiente. Resolvo brincar perguntando se som ambiente tá liberado (eu posso parar de usar fones de ouvido).

- Ah, mas só vale pra MPB, senão você coloca esses seus rocks...
- Eu tenho excelente gosto musical!
- Ela escuta coisas que não existem...Dra, que bandas vc escuta?
- Hum...Interpol, Editors, Cinematics, Radiohead, Killers, Death Cab For Cutie, Band of Horses, Maxïmo Park...
- Nunca ouvi falar! Sabe, isso parece aquele desenho, Mansão Foster Para Amigos Imaginários...
- Ah não, aqui também não. Essas bandas existem!

Levanto, abro uma página, anoto o link, vou pra um computador com caixinhas de som e abro o site. Começa a tocar X-Ray do Maccabees. E eu não me contenho e acompanho o refrão: "she's got her suspicions/she's got x-ray vision/ x-ray x-ray x-ray x-ray visiooooooooooon"

Bem, tem um feriado né? Até a volta esquecem isso. Resolvi culpar as sexta-feiras. Esse negócio de casual friday, calça jeans, isso atrapalha a pessoa. É uma desconstrução da persona séria.

E já que adentramos o mundo da infâmia, listinha meio infame que levou em consideração somente os títulos das músicas (lista proposta por um amigo indie. Você sabe que você é indie!):

BANDA:
Interpol

1. Você é homem ou mulher?
Who do you think?

2. Descreva-se:
Public Pervert

3. O que as pessoas acham de você?
The Specialist

4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?
Obstacle 1

5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente:
No I in Threesome

6. Onde queria estar agora?
NYC

7. O que pensa a respeito do amor?
Pace is the Trick

8. Como é sua vida?
All Fired Up

9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
Rest My Chemistry

10. Escreva uma frase sábia:
If time is a vessel, then learning to love might be my way back to sea

Um dia faço uma lista séria. Ou não.
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12 abril 2008

Domando o Chandler interior

Todo mundo aqui conhece o Chandler de Friends né? Então. Desde que eu me tornei um membro produtivo da sociedade eu tenho lutado com o meu Chandler interior. Porque, sério, eu penso merda o tempo todo. E as pessoas vivem dando brecha. O que as pessoas ainda não entenderam é que por trás da minha cara séria e da postura formal existe uma adolescente da sétima série pensando em piadinhas de duplo sentido.

Daí pra começar a pensar merda é um pulo. To eu trabalhando e alguém, querendo se dizer vibrante, animadão pra correr atrás de resultados (Deus, as pessoas caem nesse papo de vestir a camisa e fazer tudo por aquele CNPJ?), se auto-denomina "vibrador". Eu escuto isso e na minha cabeça começa a loucura das sinapses e eu visualizo um vibrador. Óbvio. Força no carão. Absorvo a informação e me esforço pra não mexer um músculo. Nessas horas eu penso o quanto O Incidente do Vick Vaporub moldou meu caráter pra ouvir absurdos. Fico lá, impassível.

Outra situação que vive me forçando a redobrar minha cautela é quando decidem falar sobre música comigo. Porque, veja você, pra eles o meu gosto musical é tema quase folclórico. Eles sabem que eu escuto bandas finlandesas que cantam em finlandês, bandas dinamarquesas e uma delas canta em dinamarquês (e eu não entendo nada do que é dito mas uma delas é fuck music total). Enfim, pra eles é engraçado notar que eu escuto bandas que a maioria das pessoas desconhecem a existência por completo. Eu trabalho ouvindo música com fones de ouvido então já me pegaram digitando e balançando a cabeça ouvindo Obstacle 1. Normal.

Um dia engataram numa conversa de música. Sabe como é, sexta-feira, fim de expediente, todo mundo louco pra ir embora. Me perguntam o que eu escuto, cito umas bandas e claro, ninguém conhece. Já nem ligo mais. Daí que um resolve me perguntar se eu escuto Angra. Pra quê? O esforço todo da semana vai pro ralo quando eu me pego fazendo uma voz fina (massacration-style) enquanto digo "eu nunca gostei do André Mattos". Não satisfeita, rio e digo "nunca fui do metal". Mas naquela pronúncia que transforma metal em metáu. Depois dessa só me restava ir cortando o assunto, andar pra minha mesa, pegar minha bolsa e ir embora. Foi o que eu fiz.

Eu juro que não vou ser o Chandler. AA-style, só por hoje. =P
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06 abril 2008

My lack of common sense...let me show you it

Quando eu escolhi a minha profissão eu sabia que em determinado momento eu me veria numa situação onde teria que falar em publico. Lógico que a gente pensa que falar em público tudo bem, mas que é um público bem reduzido. Bem, seria tudo muito simples se eu não trabalhasse onde trabalho.

Me vi no meio de um estúdio de TV tendo que fazer a apresentadora de palestra. Ainda tive que fazer discursinho. Tensão total, né? Aquelas lâmpadas na minha cara, o ponto eletrônico e o constante aviso pra não se olhar no monitor. Mandei SMS pra 3 pessoas sobre isso com o mesmo texto. Porque eu adoro envio múltiplo de mensagens. Uma das respostas chegou durante o evento. Deu interferência no ponto eletrônico. Peguei o celular discretamente do bolso, li e guardei novamente com vontade de rir. Ah, vocês também ririam ao ler "boa sorte pequena infame" (uma das expressões que usam para se referirem a mim. Outras expressões eu nego. Tipo ser chamada de indie...).

Voltei pra casa com o DVD. Porque dona mamãe fica curiosa pra ver. Pois bem, gravaram errado e o vídeo tá sem áudio. Fofo. Vou ter conversar com o povo do estúdio pra consertarem porque todas essas apresentações são gravadas e ficam numa videoteca do trabalho. Dona mamãe me vê na bancada por alguns segundos e me chama de metida por uma certa postura minha, chegando meu tronco ligeiramente pra trás. Sou obrigada a contar que atrás da plaquinha com o meu nome e cargo tinha um papel escondido. Roteirinho básico. Eu tava me esforçando pra ler discretamente. Parece que fui bem, as pessoas gostaram. Eu achei razoável. Cometi algumas falhas e tal, mas pelo menos fingi maior naturalidade que algumas pessoas que também tiveram que passar por isso.

Ainda teve espaço pra um momento Ferris Bueller. Sabe aquele professor chato que pergunta “alguém, alguém sabe?”. Pois é. Eu fiquei assim na parte das perguntas, mas eu falo mais rápido. Aliás acho que falei tudo bem rápido, mais do que o normal. “Alguma pergunta no auditório? Não? Alguma pergunta pelo telefone? Ainda não? Ok, vamos aguardar uns instantes para que possam fazer contato”. E eu apontando. Deus, vergonha. Eu apontando da menina com o microfone pra criatura que queria fazer uma pergunta no auditório como quem diz “leva o microfone pra ela”. No vídeo parece uma coisa meio metida mesmo, de quem fica dando ordens. Mas sorridente e fofa porque eu sou educadinha.

Sempre ouvi que eu faço algumas caretas enquanto falo. Que tenho expressões características. Algumas delas envolvem mexer nos meus óculos. Eu nunca acreditei nisso. Até me assistir, claro. Deus, eu sou infame e careteira até quando estou séria. Eu fiz piada com um dos slogans da empresa! Sério! A sorte é que nem sempre as pessoas entendem que eu falo algumas coisas ironicamente. Um dia esse meu lado Chandler ainda vai me meter em confusão.

E assim segue minha sitcom particular.
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