15 maio 2008

Cenas de SP

Toda vez que eu vou pra essa cidade algo inusitado acontece. Sempre. Porque dessa vez seria diferente, não é mesmo? Pois bem, chego eu atrasada e correndo. Me enfio num taxi em Congonhas e lá vou eu pra Paulista. Preocupada com o atraso no vôo, toda hora olho no relógio e vejo que a minha margem de tempo para chegar no local da audiência vai minguando. Eis que de repente o monitorzinho no taxi passa cenas do Interpol. Pronto, o dia começou bem. Mais tarde ganhamos por unanimidade.

Entro numa lojinha e acho o Our Love to Admire do Interpol em promoção. E é a versão especial, com CD+DVD. Paul Banks no taxi e CD em promoção? Só pode ser um sinal. Compro o CD. Sigo pro trabalho. Mais tarde, na volta do almoço, estamos nós caminhando pela Fausto Ferraz quando vejo uma menina caminhando na nossa direção e cismo que já a vi em algum lugar. Fico tentando lembrar onde, fico pensando "meu Deus, eu já vi essa pessoa em algum lugar, tamanha brancura e os cabelos ruivos não podem ser características comuns...". E então eu sei onde eu já vi aquela pessoa. Long story short, é uma figura do mundo dos blogs. Me senti até nerd. Ou mais nerd que o normal.

O dia passa e é hora de voltar ao aeroporto, seguir meu caminho de volta pra casa. E os absurdos continuam. No trajeto um fusquinha azul caindo aos pedaços perde um pneu do nada. O taxista desvia e olho pra trás pra ver o pneu perdido pela pista até rolar em direção ao meio-fio. Daí pra frente são aquelas coisas de sempre. Entrar no aeroporto, fazer check-in, matar o tempo antes de entrar na área de embarque, caminhar até o portão, esperar o embarque lendo um livro, etc.

Eu reclamo horrores de ter que fazer viagens desse tipo. Porque é cansativo ir e voltar no mesmo dia. Mas confesso que eu gosto de aeroportos. É interessante enquanto exercício de observação. Meu lado rancoroso se compraz em ver um menininho voltando pro Rio no mesmo vôo que eu com a camisa do Fluminense. Dou um sorriso enquanto o chamo mentalomente de pé-frio. É besteira, mas diverte meu lado autista.

Se alguém me perguntar um dia sobre locais emblemáticos de SP pra mim eu vou poder citar alguns lugares, mas um deles talvez não faça sentido pra mais ninguém, só pra mim. Hoje, não sei porque, resolvi fotografar o tal lugar com o telefone. É engraçado imaginar que aquele lugar exato viu uma versão minha que hoje nem existe mais.

Enfim, segunda viagem bate e volta da semana. Agora é arrumar tempo pra fechar a região sudeste com mais umas visitinhas estratégicas. Mas cadê a vontade? Quer saber, deixa eu voltar pro meu livro do Nick Hornby. Preciso saber como termina a história do Sam e da Alicia.
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