29 junho 2006

Sobre Blogs

Eu tinha um blog e o abandonei. Com o tempo a vontade de escrever voltou, e o que você faz? Se mete numa comunidade do Orkut que estimule esse tipo de comportamento. Aí você vai lá e se expõe. E se expõe, se expõe, se expõe. Até que um dia você cansa dessa exposição toda. Afinal, tem a sua cara ali do lado, nome, sobrenome, escolas onde estudou, faculdade, amigos que te conhecem desde os 12 anos, gente do trabalho, família. E aí tudo passa a ser opressivo demais. Você freia seus ímpetos de escrever sobre as questões que realmente te tiram o sono.

Você externa isso pra umas 2 ou 3 pessoas e ela dizem que você devia voltar a ter blog. E eu peso os prós e contras e penso que não, não devo voltar. Mas volto. Claro, previsível até. Mas decido voltar anonimamente. Retomar o outro blog não dá, não me sinto mais a mesma pessoa que postava lá. O problema é que esse anonimato não é lá tão grande assim, existem pelo menos 4 pessoas que sabem que sou eu que escrevo aqui.

Agora, bem vindos ao mundo da paranóia. Como se manter anônimo? Rompa com o passado. Não coloque nos links as mesmas pessoas que você linkava no blog anterior. Não coloque caixa de comentários. Pelo menos na fase inicial. Pseudônimos ajudam. Não consegui pensar em nada interessante e que não transparecesse as coisas que meus amigos sabem que eu gosto (livros, bandas, etc). Então deixo uma inicial. Minha? Inicial do personagem de um livro? Quanta palhaçada hein. Pra quem não tem muito tempo livre eu to gastando tempo demais com preocupações bloguísticas.

Convenhamos, qualquer um tem blog. Eu já entendi de HTML um dia, mas esqueci tudo. Abandonei isso tempo demais, a gente esquece! Aí sua amiga pede ajuda. Você, muito solícita, diz que vai ajudar com os links do layout dela. A merda é que você não consegue fazer funcionar. E então você tem algumas coisas a resolver, prazos correndo, e você se sente culpada porque ainda não resolveu os links dela. Mas você vai resolver. Vai sim. Só precisa de algum tempo. Enquanto isso, no caminho pro trabalho, te olham esquisito porque você tá arrumadinha no esquemão corporativo, mas lendo um livro sobre futebol. Ah, já olhavam torto quando eu tava lendo Como Ser Legal. As pessoas devem ter pensado que era livro de auto-ajuda. Que horror...

Post meio mea culpa esse. Só pra dizer que sim, eu to devendo seus links e não esqueci disso. Mas acontece que essa noite eu provavelmente vou passar em claro escrevendo sobre um assunto que eu nem acho interessante porque prazos correm e eu, como sempre, deixei tudo pra última hora.
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28 junho 2006

Ando pensando demais no passado. Isso nunca é bom. Eu gosto de uma palavrinha em inglês: pinpoint.
Tudo bem que o sentido que darei a ela aqui é de apontar, mas gosto da imagem de pinpoint, como se eu pudesse marcar num mapa um ponto exato, preciso. Como se eu pudesse colocar meu dedo e dizer: foi aqui que tudo mudou. Isso me lembra também aquela comédia da Sessão da Tarde, Um Dia a Casa Cai (filminho onde o Tom Hanks compra uma casa que parece ótima mas tá literalmente caindo aos pedaços). No final do filme a casa é reformada e o casal que a comprou não está mais junto. Estão ali pra entregar as chaves, ver como ficou e pra se prepararem pra vender a casa que os separou. Aí o Tom Hanks pisa no 3º ou 4º degrau da escada, não lembro bem, e diz que foi ali que tudo começou. Aquele degrau afundando, a escada caindo, o início de todos os problemas que os separaram. E pra um filme bobo de Sessão da Tarde isso é bem significativo. Mas não era nada disso que eu queria dizer.

O que me move agora é a idéia de poder apontar onde as coisas mudam, os famosos turning points. E, a essa altura da minha vida, me questiono se não devo finalmente ousar mais. Porque eu posso viver a vida inteira em segurança, mas isso vai ser tão absurdamente ruim. Eu busco permanência quando todos sabemos que a vida é inconstante, e isso é loucura ("thats suicide, at tiny, tiny increments").
Na verdade, eu quero saber o ponto onde as coisas mudaram e quero saber o que poderia ser diferente, mas tudo no campo hipotético. E eu aqui tentando mudar, but we never change do we? No, no. Tá, então não vou mudar, pelo menos não drasticamente, mas vou tentar. Quem sabe pequenos ajustes fazem alguma diferença?

Enfim, talvez esteja assim por culpa da saudade que sinto. Vá entender...
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17 junho 2006

Eis que o Bussunda morreu, e o diálogo que se segue é embalado por lacrimosas imagens na TV:

- A última vez que alguem morreu na copa...
- Senna em 94! A gente ganhou.
- mas em 98 morreu o Leandro e a gente perdeu. E o Senna morreu antes da copa, o Leandro morreu durante.
- mas o Senna era unanimidade, Bussunda tb, o Leandro não. Além do mais, todo mundo esperava a morte do Leandro, a do Senna não, nem a do Bussunda.

Copa do Mundo absorve qualquer assunto...
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16 junho 2006

Eu queria ser cara de pau o suficiente pra fazer tudo errado, sabendo que está errado, sem ter crise de consciência. E eu queria ter mais respostas e menos perguntas. Porque minha cabeça dói, e não é necessariamente culpa dos óculos que devem ser trocados.
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13 junho 2006

E então decido escrever. Mesmo sem saber exatamente o que dizer.
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