31 maio 2009

Assuntos desconexos

Essa última semana foi bizarra no trabalho. Eu tenho uns 3 ou 4 casos críticos dando merda simultâneamente. Porque eu sou responsável por 3 Estados e, segundo a Lei de Murphy, se tiver que acontecer alguma merda, ela vai acontecer em um dos meus Estados.

Então depois de trabalhar como uma corna a semana inteira e sair pra beber na sexta porque eu mereço, me ligam no sábado. Agora imagina a cena, o cara de outro Estado sai da casa dele no sábado e vai pra empresa pra pegar o número do meu celular e ligar pra mim pra resolver um problema. Caso crítico, não posso decidir sozinha. Ligo pro chefe. Que liga pro cara que me ligou, que me liga de volta e o primeiro que me ligou então volta a ligar e depois o chefe liga uma última vez.

E é isso, resolvendo problemas de trabalho pelo telefone em pleno sábado. Bem, pelo menos deu pra resolver.

Mudando de assunto, acho que viciei no Twitter. Afinal, qual pessoa normal e não viciada em Twitter se preocuparia em achar um meio de postar pelo celular? Essa é a grande graça do Twitter, a espontaneidade da coisa. Bem ou mal pra postar em blog você precisa ao menos pensar no que escrever. Bem, acho que os outros pensam nisso, eu já desisti dessa idéia. Hum, pensando bem, então isso aqui é um Twitter prolixo.

Sobre o Britain's Got Talent, bem, todo mundo torcia pela Susan Boyle e ela perdeu. Eu não torcia por ela então nem ligo. Ela nem era a melhor cantora! Tinha um moleque de 12 anos chamado Shaheen Jafargoli que cantava mais. E tinha o Shaun Smith que tem 17, joga rugby e canta direitinho. Não é nada de espetacular, mas agrada aos ouvidos e serve de eye candy. Definitivamente eu s2 Simon Cowell. O cara é mal humorado, impaciente e objetivo na medida certa.

E numa última nota, meus amigos são sutis como paquidermes. Mas eu gosto de todos mesmo assim.
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23 maio 2009

A falta de noção habitual

Seriedade corporativa é para os fracos, já falei isso. Acho que está na hora de mostrar uma foto de parte da minha estação de trabalho pra ilustrar:

Pois bem, é isso. Eu tenho um Darth Tater e um Spud Trooper de cada lado do meu monitor e meu wallpaper é o Paul Banks do Interpol. E agora que o pessoal do trabalho descobriu a desciclopédia, cismam de me chamar de indie. Em pensar que até poucos dias nem sabiam que esse verbete existia. Enfim.

Daí que um cara do trabalho fica brincando que vai levar um dos meus Mr. Potato Head e pedir resgate. Ontem tive que sair da minha mesa por um tempo e quando voltei meu Darth Tater não estava lá. No lugar tinha um bilhete: "resgate R$1.000,00". Não tive dúvidas da autoria. Ele negou.

Como o chefe estava fora em reunião, liberei toda a minha falta de noção. Fui até a mesa do suposto sequestrador e coloquei a mochila dele nas costas. Disse que só devolveria quando meu Darth Tater aparecesse. A cena que veio a seguir é das coisas mais ridículas que aconteceram naquele andar. Dois adultos, um correndo atrás do outro por entre mesas. Eu com a mochila e ele atrás.

Não, ninguém filmou isso. E não, a câmera de segurança também não registrou este momento singular. Então, não há provas do micão. Só testemunhas oculares.

E então hoje dona mamãe me pergunta:

- cadê aquele CD daquele conjunto nacional?
- hã?
- aquele que você tem e eu gosto...
- ah tá! Pato Fu?
- isso!

Tem como não amar sua mãe querer ouvir os seus CDs? =)
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17 maio 2009

I'm a war of head versus heart

Começo a sentir que meu stress está acabando comigo fisicamente. Daí que dona mamãe veio conversar comigo naquele esquemão "não se torne a segunda geração workaholic". Como se fosse fácil pra uma louca competitiva como eu. Sempre lembro de um professor de Geografia do pré-vestibular que dizia que éramos infinitamente mais preparados pro mundo real do que nossos pais porque nos habituamos desde cedo à competição. Somos postos à prova várias vezes e rankeados várias vezes antes de sequer chegarmos ao mercado de trabalho.

Daí que pra alguém paradoxalmente narcisista e auto-depreciativa como eu, é meio foda deixar pra lá e me desligar. Mas eu to deixando meu stress me destruir fisicamente e isso não é legal. Não é nada bom ir dormir às 2 da manhã em plena terça-feira pensando em um processo. Não é nada bom perder o sono às 4 da manhã pensando em problemas profissionais.

A sensação que eu tenho é de que eu to numa bifurcação e eu posso escolher entre dois caminhos. Um deles é mergulhar ainda mais nesse universo que me drena fisicamente. Outro é tentar racionalizar menos as coisas, parar de tentar encontrar significado em tudo e todos. A escolha, olhando assim, parece bem simples. Acontece que um caminho é uma estradona pavimentada, caminho tranqüilo. A outra é uma estrada de terra, toda esburacada. E o raciocínio lógico manda sempre escolher o caminho mais simples. Mas e se, contrariando a matemática, a linha reta não for o caminho mais curto entre A e B?

O que me fode muitas vezes é esse raciocínio cartesiano, como se tudo, por mais que eu não acredite em certezas matemáticas pra tudo, ainda assim pudesse ser resolvido dessa forma. E apesar de enxergar os tons de cinza, fico procurando só em preto e branco. Como um cachorro correndo atrás do próprio rabo.

I'm a war of head versus heart and it's always this way. Meu lado racional nunca se entendeu com a minha versão passional. E eu nunca tive lá uma sabedoria Salomônica pra conciliar os dois lados. Eu tenho períodos de prevalência. Passo do racionalismo puro e aplicado a momentos à flor da pele. Enfim, louca.

Na minha lista de coisas pendentes agora há um novo item: diminuir um pouco a velocidade de vez em quando. Eu não preciso correr o tempo todo. Em alguns momentos eu preciso só andar. Ou mesmo parar e só observar. Não são os dias que passam desesperadamente rápido, eu que os expulso um a um do meu calendário com um relógio onde o ponteiro das horas se confundiu há muito com o dos segundos.

Hey man, slow down. Eu sei, Mr. Yorke. Entendi.
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10 maio 2009

Bizarrices cotidianas e fixação musical

No campo das bizarrices cotidianas fico com cena na última sexta voltando pra casa. E lá está a que vos escreve dirigindo pensando em outras coisas. E ouvindo Radiohead. De repente começo a ouvir um som agudo baixo. Agudo e constante. E eu pensando "mas diabos, essa música do Radiohead não tem esse agudo! Ou será que ele sempre esteve aí e eu não percebi?". Bem, poupando-os do suspense, era uma ambulância que se aproximava e eu quase arremessei o carro no acostamento pra dar passagem. Anyway.

Quando estou quase em casa, nova ambulância. Dessa vez sem sirene nem nada e com as janelas traseiras abertas. Na parte traseira um cara com farda cáqui de cabeça baixa, cara de cansado. Do outro lado uma menina, sem uniforme. Pelo menos não que eu tenha enxergado. Daí que a menina começa a olhar pra minha cara. E isso me deixa extremamente desconfortável. Olho pra um lado, pro outro, procuro um ponto cego qualquer, mas tenho que olhar pra frente né? Afinal, estou dirigindo. E lá está a menina, me encarando. De vez em quando sorria. De quê?!? Porque?!? Conseguiu me inibir, começou a tocar Jigsaw e nem cantei junto. Damn it. Odeio me sentir observada.

Bem, a parte da fixação musical agora. Bandinha independente de San Francisco, altamente recomendada pra quem gosta de electro pop. O nome da banda é Lilofee e a primeira música deles que eu ouvi é absolutamente viciante: Lock and Key (tá no widget). O disco deles The Only Years é self-released então eu não achei na Amazon, CDBaby ou qualquer outro lugar. Quem quiser comprar tem que mandar e-mail direto pra eles.

A sonoridade da banda é uma coisa meio Ladytron, em alguns momentos é meio sombria como She Wants Revenge, em outras horas parece bem filha do New Order mesmo. Eu sou horrível pra contextualizar essas coisas.

A letra de Lock and Key é bastante bem humorada. Pontos extras pra eles. A vocalista (Kimi Recor) já começa dizendo "I'm part of a generation sexually ambiguous all the girls kiss and the boys don't know what to do so they borrow our pants, and our shoes and our eyeliner too". O refrão é grudentíssimo e em tom de desafio a Kimi Recor canta "hey mister, hey mister, I kissed your kid sister, what you're gonna do, what you're gonna do?".

Há um monte de formas de se abordar Lock and Key. Dá pra imaginar em alguns momentos que é a resposta de uma banda de Rock pra I Kissed a Girl da Kate Perry. Dá pra encarar como um bem humorado exercício de observação da cena rock atual onde há uma grande carga de ambigüidade sexual e isso fica claro desde a postura de palco até a estética de algumas bandas (o Bowie, bem o sabemos, fez escola).

Quem decide levar a música a sério acaba se agarrando a esta parte: "we were built to be explored by other phisically like a lock with many, many, many different keys. And I play safe but I won't play by the rules cause I like chocolate, vanilla and strawberry too". O que não deixa de ser um argumento válido na defesa da diversidade.

O que importa na verdade é que Lilofee é uma banda pra ficar de olho. Bastante divertida, com músicas dançáveis e que até aqui tá no meu ranking de melhores bandas novas de 2009.
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03 maio 2009

And the beat goes on

Então eu fiquei mais velha (não digo o dia). E comemorei do jeito que o faria e tive que conciliar ali meus universos. No fim tudo correu harmoniosamente bem. Só houve uma falta de noção ou outra, mas o tom da noite foi a minha infâmia, histórias de porre e micos cotidianos. Ah, claro, e tinha um unfinished business na agenda também.

Lembram que eu falei que coloquei na minha mesa de trabalho um Sr. Cabeça de Batata vestido de Darth Vader? Pois é, o povo do trabalhou comprou pra mim de presente a versão Storm Trooper! Começo a temer pela minha credibilidade corporativa. O mais hilário foi ver que meu chefe assinou na parada.

Falando assim parece muito tranqüilo, mas também tive que ouvir o dia inteiro todo mundo me chamando de patricinha. Aí a noite uma amiga meio que defende minha indumentária falando que eu sou assim fantasiada de "Dra. Advogada", pra logo em seguida ouvir de um amigo do trabalho que não, geralmente eu não sou patricinha assim. Só pra me sacanear.

Depois perguntam pra um amigo off-work se ele também escuta as mesmas coisas bizarras que eu. Coisas bizarras fica por conta de quem disse, eu acho que escuto coisas bem normais. Enfim, meu amigo off-work então diz que não. Só pra queimar meu filme. Agora o povo do trabalho tá me achando indie (embora nem saibam que essa terminologia existe). Comofas/////

Sobre o unfinished business, hum, digamos que há uma torcida para que eu deixe de ser inflexível e dê uma chance a alguém do passado. E na minha escala de freak out com relação a isso eu to num grau equivalente a defcon 5. Ainda é uma coisa moderada.

Bem, foi uma noite de muitas gargalhadas, uma boa dose de diversão e de felizes reencontros. Eu fiquei feliz (e na própria comemoração de aniversário, é isso que importa, não?).

Ah, resolvi me render ao twitter. Só não dou o link aqui porque lá não sou anônima, tem até foto da minha cara, vejam vocês. Só não sei qual vai ser o impacto do twitter nesse blog. Espero que nenhum.
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