22 abril 2007

Os bizarros dias 20 e 21 de abril

Eu não sei qual é a mística desses dias, mas eu fiquei completamente bêbada em um desses dias em 2 dos últimos 3 anos. Sério. Só não sei porque fui reparar isso logo agora, mas tudo bem. Esses dois eventos, vamos chamá-los assim, foram separados por um ano de calmaria. O que me faz pensar se na verdade o padrão é ano sim, ano não.

O que difere os eventos é que um deles não tem testemunhas. Quer dizer, tem o pessoal daqui de casa que me viu arrasada. O que aconteceu ontem no entanto, ainda me mata de vergonha. O pior é só ter memórias parciais. Eis o que eu lembro:

- Eu apaguei. Num sofazinho ou algo parecido. Eu caí do sofazinho. Alguém jogou água em mim pra me acordar;
- sair da boate (odeio esse nome, but anyway...);
- sair do carro (e eu não lembro de ter entrado nele);
- chegar no apartamento de quem me aturou bêbada (embora eu não lembre de ter caminhado até o prédio, ter entrado no elevador, etc);
- Apaguei e meu celular tocou. Eram 10:30 da manhã, minha mãe querendo saber onde diabos eu estava.

Resumo: São 6 horas da tarde de domingo e eu estou enjoadíssima. Meu estômago pegando fogo. Acho que meu suco gástrico emulou propriedades do ácido sulfúrico. Mas eu to legal. O que fode tudo é a vergonha hehehehe.

O mais bizarro é que isso NUNCA me aconteceu antes. Eu nunca tinha chegado a esse ponto, de apagar. Aliás, eu podia estar morrendo, mas sempre fiz um esforço hercúleo pra segurar as pontas e voltar pra casa. Aí sim eu me permitia desabar. Mas agora eu to começando a entender onde eu errei. Lição aprendida ontem: dieta bizarra e álcool não combinam. Tchau dieta bizarra.

Bem, caso você leia isso, fica aqui um imenso pedido de desculpas. E obrigada por me aturar. Aliás, vocês duas.
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16 abril 2007

Cenas de um fim de semana

Pois bem, fim de semana e lá fui eu me meter numa cidadezinha serrana. Não por vontade própria, viagem de trabalho. O chefe achou legal enfurnar num hotel gente do Brasil inteiro que trabalha no departamento. Hotel legal, não posso reclamar, mas cheguei lá puta da minha vida porque ia trabalhar no fim de semana.

Chegamos na sexta e rola filminho motivacional. Aliás, a escolha do filme era segredo e todo mundo tava querendo descobrir o que veríamos. Havia um medo coletivo de que o filme fosse Dois Filhos de Francisco. Sorte nossa, não foi. Mas foi um filme que eu não gosto muito. Minha opinião sobre o personagem principal era e continua sendo a seguinte: é um retardado, um idiota. Mas no filme ele é tratado como gênio incompreendido né? Humpf. O Surreal acontece quando no final do filme o chefe puxa um papel do bolso da camisa pra destacar cenas importantes, na opinião dele, e começa a querer interpretar cenas elementares. Nesse ponto eu só pensava no absurdo que era alguém querer interpretar por mim um filme.

Primeira noite: jantar no hotel e depois longa conversa com direito a histórias constrangedoras de um advogado. Mas tudo bem, ele passou o fim de semana inteiro bebendo e falando merda então tá tudo em casa.

Sábado. Acordamos cedo pro dia que seria o verdadeiro dia de trabalho. Discussões o dia inteiro, elaboração de projetos e localização de problemas. tudo muito fascinante não? E eu lá, de all star. Porque o fim de semana é meu e nem fodendo que eu ia passar meu fim de semana toda corporativinha. Depois do longo dia um grupo resolveu se meter numa boate (ou boite, como preferirem) local. Prevendo que seria furada resolvi não ir. Fiquei no bar do hotel. Foda que o barman ficou amiguinho do nosso grupo então as doses de bebida nos drinks não eram as doses habituais, eram doses exageradíssimas. Eu acho que eu bebi nessa noite pouco mais de meio litro de rum. Ah sim, a bebedeira pesada começou depois que o chefe foi dormir.

Domingo. Acordo com o meu estômago pegando fogo. Domingo era dia livre então resolvi nem descer pro café da manhã. Tomei meu banho e me meti no quarto de uma amiga. Aliás, várias pessoas foram pra esse quarto. Óbvio que a conversa consistia em bebida e sacanagem. Várias pessoas de ressaca e eu enjoadíssima. Aliás, passei meu domingo enjoada. Na despedida, um discursinho de encerramento. E eu levantei no meio do discurso e fui no banheiro porque achei que ia vomitar, olha que fofo. Mas o chefe nem percebeu então tá tudo bem.

Resultado final da viagem: muitos projetos, muito trabalho, muitas joselitagens e inúmeras gargalhadas. Porque a gente se fode pra caralho, mas também nos divertimos horrores.
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11 abril 2007

Seguindo a série aniversário me faz pensar.

Pois bem, eu sou viciada em documentários. Quando chega a revista de programação da tv por assinatura eu corro pra ver quais documentários estão programados pra passar naquele mês. E eu baixo depois os que eu gosto. E é foda achar documentários pra baixar. Eu demorei dias pra conseguir baixar um sobre como roteiristas escondiam tramas homossexuais em filmes. Você sabia que Bem-Hur é um filme gay? Pois é. Só não contaram pro Charlton Heston porque ele ia ficar puto, mas o outro ator sabia. Não há mulher como Gilda? Humpf...o negócio do cara nem era a Gilda, era o marido dela. Mas isso é outro assunto.

Enfim, isso foi só uma nota introdutória (como sempre) pra falar que isso de aniversário (não, eu não vou dizer a data e nem fazer post especial no dia) e um documentário me fizeram pensar na década de 80. No tal filme dizem que a época de ouro do cinema foram os anos 70 ou um intervalo entre 1966 e 1976. Sei lá. Só sei que vi cenas de filmes dos anos 80 e bateu um saudosismo. A famosa cena do banquete bizarro de Indiana Jones, o Tubarão do Spielberg (e saiba que todo o suspense do filme é fruto de acidente e falha técnica). Sei lá, me parece que a década de 80 era uma época mais inocente. Os filmes por exemplo, eram absurdamente mentirosos, mas era divertido. Indiana Jones era um absurdo atrás do outro. Como assim o cara pula de um avião num bote e desliza montanha abaixo na neve até chegar num rio? Absurdo! Mas extremamente divertido. As coisas eram mais leves. Tá, eu posso citar filmes barra-pesada da década de 80, mas não era o clima dominante. O que dizer dos Goonies? Um bando de garotos numa caça ao tesouro. Uma Noite de Aventuras, aquele filme da Elizabeth Shue como babá de uma menina que é fã do Thor e que tem a clássica cena num bar onde um negão fala “ninguém passa aqui sem cantar um blues!”. E os efeitos especiais? Absolutamente toscos. Em Tubarão mesmo, o monstrengo é absurdamente tosco. Mas nos anos 80 aquilo era o máximo. E mais, se esse filme fosse refeito hoje com toda a tecnologia seria uma porcaria. Não tem como recriar aquele momento. Engraçado que escrevi isso e ao voltar pra casa no fim do dia, andando pela minha rua, ouvi os primeiros acordes de Don’t you forget about me do Simple Minds. Lembrei de Breakfast Club e não consegui disfarçar um sorrisinho, principalmente depois que alguém começou a desafinar no “hey hey hey hey uuuh oooooooooh”.

Então é isso, por um momento senti falta da inocência e da diversão dos anos 80. Do improviso, da fantasia. Porque tem muito filme aí que é um desfile de efeitos visuais sem qualquer propósito. Claro que efeitos visuais podem ser usados em benefício da história (Senhor dos Anéis, Sin City, Harry Potter e um monte de filmes cheios de chroma key), mas sei lá, falta alguma coisa. Pior de tudo, acho que não estou conseguindo me fazer clara. Tudo bem.

Enfim, era só uma defesa de parte dos anos 80. Não tudo porque as roupas dos anos 80 eram absurdas. Eu vejo fotos antigas e penso “mas como diabos minha mãe me deixou sair de casa assim?!?”. Ela, por outro lado, vendo as mesmas fotos num comportamento materno típico solta uns “tão bonitinha”. E se eu soltar um palavrão ela fala “uma mocinha tão bonitinha com uma boca tão suja”. Humpf...mães. A minha é doida, mas imprescindível.
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06 abril 2007

Tem tempo que eu não escrevo aqui. Tipo, meus últimos posts foram de uma superficialidade atroz. Acontece que eu to no meu inferno astral e essa é a época do ano em que eu me questiono então fico pensando e não sinto vontade de escrever aqui. Tá, eu me questiono horrores no Reveillon também. Anyway. A questão é que eu fico pensando (mais do que o normal) sobre os rumos que tomaram a minha vida. Então tá, eu estou mais próxima dos 30 do que dos 20 e com uma fixação absurda em Hollywood do Bukowski. Eu adoro esse livro. Sério mesmo. Nele o velho safado se permite sacanear a indústria cinematográfica com base no contato que ele teve com esse mundo por ter escrito o roteiro de Barfly. E sim, eu tenho Barfly. E acho deveras interessante comparar trechos do livro, relatos de cenas, com o filme. Eu sou doente, claro.

Eu tenho 25 e ultimamente minha vida se resume a trabalhar como uma corna, escrever iniciais, pedir desarquivamento de processo, enrolar o MP de diversos entes da Federação e encher a cara aos fins de semana. E eu preciso beber menos. Porque não é legal no final da tarde do dia seguinte do último porre você ter um flash de memória e falar com a sua amiga “eu acho que em determinado momento eu sentei no colo do fulano”. E aí você reconstrói na sua cabeça a noite com os flashes de memória. Então vem a certeza, sim, eu sentei no colo do fulano. Nada contra, mas é algo que eu deveria lembrar sem maior esforço não é mesmo? Enfim...

Eu e uma amiga fomos visitar a nova casa da minha amiga casada (ela se mudou). Sim, estou falando dessas amigas. Chegamos na porta do apartamento, tocamos a campainha, ela atende. Com uma expressão preocupada ela fala comigo: olha, tem um amigo do beltrano (marido dela) aqui, nós não sabíamos que ele vinha, por favor, não foi armação, você não precisa pegar. Eu tive uma crise de riso porque lembrei de você. Elas acham que eu to passando por uma fase libertina. Eu acho que só agora elas começam a aceitar que a adolescente que elas conheceram não existe mais. O mais surreal de tudo é ouvir as seguintes frases: “cuidado com a mononucleose” e “amiga, faz um exame de sangue pra ver se tá tudo bem com o seu fígado”. Surreal, muito surreal. Mas contando perde um pouco do impacto, só vendo mesmo pra perceber como tudo era absurdo.

Conclusões a que chego hoje: Eu reclamo sem razão. Mas acho que isso é uma característica inerente à espécie humana. Somos eternos insatisfeitos. E eu sou pior ainda por causa da minha profunda identificação com a Florbela Espanca. Sinto sede de infinito. Bem, vamos acompanhar a evolução do inferno astral até o dia em que eu completar 26 e mais um ciclo se iniciar.
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