29 janeiro 2008

Eu sei que não posto tem tempo mas é que eu tenho um monte de assuntos pendentes a resolver. Só consigo pensar que mesmo na condição de ex-aluna minha universidade consegue me sacanear. Porque a burocracia estatal sacaneia a todos, alunos e ex-alunos. Enfim, isso não vem ao caso. O caso é que eu to atolada em assuntos burocráticos. O que, se você pensar bem, faz sentido. Não são os advogados burocratas fofos? São sim! Humpf...

O pior é que quanto mais eu penso nas burocracias da minha vida, mais eu penso que no fundo tudo isso é muito surreal. É só mais um capítulo do desfile de estórias estapafúrdias da minha vida. Tipo o maluco que cismava ser meu amigo e quando via minha mãe na rua chamava de tia. Ou aquela vez que a vizinha sem noção queria falar com a minha mãe pra ver se arrumava uma cirurgia plástica de graça. Aliás, eu tenho problemas com a família dessa vizinha em questão. Não, eu não briguei com nenhum deles, pra falar a verdade eu nem me dei ao trabalho de decorar os nomes deles. Meus problemas se resumem a não aceitar a postura deles. Eles são sem noção demais. Perto deles minhas joselitagens parecem brincadeiras inocentes de uma criança de 5 anos.

Tá, vocês podem achar que é implicância minha. Pra provar que não é, vou citar 3 situações emblemáticas da surrealice alheia.

1ª situação: Eu quero comprar o que é seu

Então que a criatura passa no vestibular. Pra uma faculdade longe de casa. Eis que o patriarca da família, querendo facilitar a vida do filho, aborda gente da minha família na garagem e fala "você não quer me vender seu carro?". Resposta imediata que me enche de orgulho: "E você vai me comprar outro?". "Ah, é que meu filho tá precisando de um carro...". "É, eu também preciso do meu". Bem, esse era o carro anterior. Quando ele foi trocado e o novo ia entrar na garagem pela primeira vez o vizinho tava lá. O carro morreu. Repito, um carro zero morreu com a mera presença desse vizinho. Alguém tem uma pimentinha por aí?

2ª situação: Oi, mal nos conhecemos mas...você me arruma uma cirurgia plástica?

Cena: Noite, pré-retorno de dona mamãe pra casa. Toca a campainha e lá está a figura. Pergunta pela minha mãe, ouve que ela não está, pergunta se ela volta ainda aquele dia, escuta um sarcástico eu espero que sim e emenda um que coisa, isso nem é da minha conta, com uma risadinha sem graça só pra ouvir como resposta um pois é com sorrisinho irônico. Ah, é que sua mãe trabalha no hospital x né? Sim. É que eu queria saber se tem como arranjar de fazer uma cirurgia tal lá. Tipo, ela acha que só porque dona mamãe trabalha em determinado hospital arruma cirurgia plástica pra todo mundo? É isso mesmo? Medo!

3ª situação: Deslumbradinha da Estrela

Cena: Início da noite, pegando a correspondência na caixa do meu apartamento. Do nada a figura fala sozinha "não vejo a hora do meu filho voltar...". Cara de espanto, você acaba de ser fisgada pela caçadora de assunto. "Ãhn?". Fodeu né? "Fulaninho tá em (insira aqui um país europeu)...ai, a gente que é mãe sente uma saudade né?". O quê? Cheirou sal de fruta? Desde quando eu tenho filhos? Resposta imediata que me enche de orgulho, um blasé "não sei..." (porque eu não sou mãe sua louca!). Óbvio que a mulher ficou sem graça, mas, sério, a mulher deve ter abordado quantas pessoas pra falar da viagem do filho? Pior ainda, ela achou mesmo que a viagem internacional ia causar algum deslubramento na interlocutora? Resultado, isso virou piada na minha casa.

Bonus track: Ai, a falta de tempo... (caçando assunto ao pegar a correspondência. De novo.)

- Eu ando tão sem tempo...sabe, tenho viajado muito a trabalho...
- Sei...
(mais tarde, em casa, após compartilharmos mais essa pérola da caçadora de assunto)
- Mas perae, ela faz o que da vida?
- Hum, acho que trabalha na área Y.
- HAHAHAHAHAHAHA!!! Bancando a super executiva! No máximo rola um bate e volta em SP...

Caso vocês estejam se questionando, sim, eu atraio loucos e situações bizarras. E sim, eu vou queimar no inferno, mas eu trato todos os meus vizinhos com educação (sério mesmo!). Eu só rio deles quando fazem por merecer. Vocês que me conhecem sabem que eu sou uma mocinha adorável.
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23 janeiro 2008

Da série diálogos surreais...

...em tempos de internet:

- http://icanhascheezburger.com/2007/10/13/brokbak-kitteh-wishes-he-cud-kwit-u/
- Aaaaaaaaaaah é daí que vc está tirando suas novas construções frasais!
- Exatamente hehehehehehehehehehe
- Eu ia chutar Ali G, mas achei muito mainstream.
- Eu adoro esses sites assim. Tem um genial que é o lolsecretz, que é a versão galhofa e com gatos do post secret hehehehehehe
- You're mental, you know. :P (love you)

Sobre a infância:

- Vc sabe pq o tatuí esperto sumiu das praias né? Pq eu dizimei o bicho tentando domesticar.
- Hahahaha
- Eu colocava areia e água num copinho descartável e deixava uns tatuís ali, qd chegava em casa depois de pouco tempo morriam. Nunca consegui domesticar tatuís...
- Hahahaha pq será?
- Shorei litruz agora...
- Mas eu tentei bastante, cheguei a colocar algas na areia.
- Felícia!!
- Achei que tatuís talvez comessem algas. Eu tentei várias coisas e nada dava certo...foi frustrante hehehe
- risos...
- Desisti dos tatuís e de bichinhos em geral.

Pra fechar a série, diálogo caseiro:

- Você tem uma mania péssima, vc distorce o que a gente fala e usa num contexto que lhe é conveniente.
- Esse é o meu trabalho!
- Sim. É por isso que quando você crescer vai trabalhar no covil*.

Tipos, eu acho que no apartamento do lado tem alguém possuído. Porque nego tá se amarrando em arrastar móveis e esses barulhos de móveis arrastando e batendo (sem nenhum gemido ou outro barulho comprometedor) só podem ser fruto de uma possessão demoníaca. Se amanhã a porta do vizinho estiver manchada de verde certeza que a Reagan tá morando no meu prédio! Não tem como ser normal com uma vizinhança dessa.

Enfim, tangenciar assuntos é uma coisa linda.

* Há vários anos estavam fazendo palavras cruzadas e tinha um espaço de 5 letras que deveria ser preenchido com uma palavra que designasse um grupo de advogados. A resposta certa era Banca. Bem, a primeira palavra de 5 letras que veio na cabeça da criatura ao pensar em advogados juntos num lugar foi covil.
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21 janeiro 2008

Expressão visual

Em outro post eu falei sobre a abertura Trainspotting, mais especificamente o início do filme (ou choose monologue). Choose life, choose a career, choose your friends, etc. Bem, uma coisa leva a outra. Toda vez que lembro do choose monologue me vem à cabeça tipografia. Eu gosto. Então resolvi colocar aqui uns videozinhos de tipografia que eu acho interessantes. Enquanto expressão criativa e etc. Alguns podem se perguntar: ok, mas o que é tipografia? Eu prefiro deixar que esse vídeo responda. Bem, vamos aos outros exemplos.

Pulp Fiction:



Trainspotting:





Athlete:



Esse vídeo com a música do Athlete (Yesterday Threw Everything At Me) é genial. Mesmo. Incluindo o jogo de palavras no final.

Advogado do Diabo:



Porque eu adoro esse filme. Eu adoro essa cena. Porque eu acho o Al Pacino foda e sempre lembro da piscadinha dele dizendo que a vaidade era seu pecado favorito.

E chega. Se quiserem mais procurem no You Tube que tem.
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16 janeiro 2008

Ócio pouco criativo

Eu ando com uma preguiça atroz de escrever o que quer que seja. Deu pra perceber né? Enfim. Isso não quer dizer que a minha vida anda menos surreal. Veja você que eu entrei na Saraiva e logo veio uma moça perguntar se eu precisava de ajuda, só queria saber onde ficava o terminal de busca (eu só compro livros pela internet porque me sinto menos roubada assim). Mas ela deixou eu buscar sozinha? Claro que não.

- Qual livro a Sra. quer buscar?
- Uma história do diabo.
(cara de espanto, pronta pra me exorcizar ali mesmo)
- Deve estar na seção de História, é acadêmico...

Uma observação aleatória ainda no tema livros: queria entender qual a raiz psicológica da minha inaptidão para escrever "Nelson Motta". Se eu digitar o nome do cara 5 vezes pelo menos em 3 eu vou escrever Nelson Morra (die, Nelson, die?).

Bom, o livro lá do cramulhão tava em falta na loja. Anyway, pelo menos dei a minha disfarçada. Aliás, disfarçar é comigo. E pensando em vocês, vou partilhar o método picareta de contornar situações desfavoráveis porque você resolve gostar de coisas de gosto duvidoso (a frase tá mal construída, eu sei).

Primeira lição: Se alguém te pegar ouvindo Jackson Five emende logo numa conversinha pseudo-crítico-de-música e fale na Motown. Inventa aí alguma coisa sobre o Jackson Five fazer parte dos tempos áureos da Motown. Sei lá, usa o seu discurso de crítico de música generator. Fale no Soul. Yeah, baby, yeah! Você pula de tosco pra profundo conhecedor musical.

Segunda lição: Se alguém te pegar vendo um filme tosco dos anos 80, aqueles que repetiam ad nauseum na programação, apele para questões afetivas. Aquelas picaretagens de "poxa, lembra da sessão da tarde, aquele tempo que a gente não se preocupava com nada, etc etc etc". Se descobrirem que você tem uma pequena coleção de filmes B de terror dos anos 80, bem, mude de assunto. Ou então afunde na tosqueira e seja feliz. Funciona comigo. Tem gente que acha isso até engraçadinho.

Terceira lição: Se te pegarem ouvindo algum artista meio breguinha, diga que você gosta daquele artista ou daquela música mas só de forma irônica. O problema dessa estratégia é que vão achar que você é meio esquisito com isso de gostar de coisas ironicamente. Se usado em excesso você vai ser chamado de indie. Moderação!

Quarta lição: Se tudo mais falhar, negue! Aquela música foi parar no seu last.fm porque a tia da prima da amiga da sua irmã ouviu umas músicas no seu computador. Aqueles filmes foram gravados pra um amigo (imaginário) que esqueceu de pegar com você depois.

Parágrafo único: Se as suas negativas não forem convincentes, abrace sua tosqueira e seja feliz.

Quem eu to querendo enganar hein? =P
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09 janeiro 2008

Choose your friends

Eu tava aqui pensando em amigos e etc. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a abertura de Trainspotting. Mas são 3:24 da manhã e eu devia estar dormindo ao invés de ficar pensando sobre amigos e etc. Quer saber o que vai acontecer? Eu não vou chegar a conclusão nenhuma. Mas tudo bem.

Tenho pensado bastante na minha relação com os meus amigos ultimamente. Acho que isso se deve a uma relativamente recente sensação de distanciamento. Tenho vivido com essa idéia de que eu me tornei tão diferente de alguns amigos que já nem sei mais se algum dia tivemos algo em comum. Fico pensando como pessoas tão diferentes podem ter se tornado tão amigas. Se fôssemos casais acho que já teríamos nos divorciado. Visões de mundo diferentes, horizontes diferentes. Durante um tempo andei pela casa murmurando que precisava de novos amigos quando faziam algo que eu discordava profundamente. Lógico que eu me sentia culpada no minuto seguinte. Apesar de tudo sei que estarão ao meu lado, como sempre estiveram, todas as vezes que eu precisar. E por mais que eu banque a revoltadinha, sei que a recíproca é verdadeira.

Algumas pessoas eu escolhi limitar o contato. Porque eu não gasto mais meu tempo com quem demonstrou que não se importa muito comigo. Em outros tempos eu costumava ser tolerante (e babaca), agora eu levo as coisas como num jogo de beisebol. 3 strikes e você está fora. Lógico que o fora não é bem fora. É só uma indicação. Na minha cabeça quem dá 3 mancadas grandes comigo fica marcado como alguém indigno de confiança. E eu sou bastante defensiva.

Aí veio 2007, no meio da confusão mental de selecionar quem eu achava que valia a pena e quem não valia. E então algo surpreendente acontece. Eu me comporto como uma completa babaca com alguém e, não obstante, ela vira minha amiga. Depois conheço mais algumas pessos, me aproximo mais de outras e começa a surgir um novo círculo de amizades. Não vou entrar aqui na seara de I would kill and pillage for you porque nem cabe. Mas foi algo novo e interessante. E então, como quem escolhe peças, coloquei essas pessoas no grupo dos amigos.

Depois de um tempo você se torna demasiadamente criterioso. Hoje em dia diria que conheço várias pessoas mas meu grupo de amigos é pequeno. Outra coisa que me recuso a fazer é forçar intimidade. Isso é tão patético. Pra quê se dizer amigo de quem não é? Entendo que achem legal socialmente ligar-se a essa ou aquela pessoa mas isso é tão patético. Sério, eu queria entender quem faz isso. Porque eu acho humilhante. Eu não vim pra esse mundo pra fazer média com ninguém. Se eu gosto eu trago pra perto, se não eu repilo. Há que se marcar posição na vida, não dá pra viver em cima do muro.

Talvez eu não seja uma figura popular. Talvez seja. Não sei mesmo porque populariade é algo um tanto relativo. Só sei de uma coisa: no final das contas, quando preciso conversar, quando quero dividir minhas alegrias, contar minhas novidades, sei quem procurar. E espero intimamente que saibam que a recíproca é verdadeira, e que apesar de toda a minha defesa e essa postura estóica, impassível, quase fingindo não ligar pra nada, eu sempre estarei à disposição de cada um deles.

Bem, agora são 3:50 e não sei se o que escrevi faz algum sentido. Sono. Preciso dormir. Me falta coragem pra clicar em publicar agora então vou deixar salvo e amanhã faço a revisão. Vejamos o que vai sair disso...

E quer saber, ainda há muito por dizer, mas nem suprimi nada. Escrever idéias aleatórias aqui é minha especialidade.
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07 janeiro 2008

Outro dia eu tava conversando com umas pessoas no msn e começou um papo de bizarrices do cinema/TV. Isso me lembrou que eu já vi umas coisas muito bizarras por aí. Fiquei pensando nisso e resolvi puxar pela memória pra relatar algumas das coisas bizarras que eu já vi pela TV. E antes que fiquem achando que essas coisas saíram de canais toscos, muito pelo contrário. Tudo isso passou em canais de grupos respeitáveis como HBO e Fox. Tá bom, HBO nem é tão respeitável assim, but anyway...

Pra começar, Puppetry of the Penis. Hã? Pois é. O espetáculo é conduzido por uma dupla que usa o próprio pênis pra fazer formas. Uma versão x-rated dos mágicos que fazem bichinhos com bolas em festas infantis. Os caras torcem, entortam, viram pra um lado, pro outro, esticam, apertam, enfim, fazem tudo com o pênis pra formar figuras. Em dado momento até ensinam a fazer a manobra "hamburger". Na boa, doeu em mim assistir. Tudo muito surreal.

Mas não ficou por aí, teve a vez que a HBO resolveu passar um documentário onde mostravam uma aula de Kama Sutra. Assim, tipo curso. Tinha professora, turma e etc. E eu achando aquilo tudo muito surreal. Tipo, a professora explicava as posições e os casais de alunos iam colocando em prática ali mesmo. E aí imagina a cena ridícula, a professora ficava olhando e ia corrigindo eventuais erros, dando umas dicas. Cara, e nego paga pra isso! Ao final do curso rolava uma confraternização na piscina onde todos continuaram com a dedicada prática do que foi ensinado.

E aí você pensa que já viu de tudo nessa vida e não. A coisa piora. Eu não sei que programa era aquele porque eu tava passando os canais, só lembro que era no FX, mas putz. Um cara entra numas de mostrar um clube de masoquistas. Aí você pensa que vão dar umas porradas no cara e tudo bem. Mas nãããããão, é bem pior. Chega uma criatura com um martelo, um prego e bem, não tem jeito sutil de falar isso, pregam o saco do cara na mesa onde ele tá deitado. Eu que nem tenho saco comecei a me contorcer só de imaginar a dor daquilo. Depois dessa eu desliguei a TV.

E pra fechar, vocês conhecem Flesh Gordon? E Flesh Gordon and The Cosmic Cheerleaders? Não é Flash não, é Flesh com E mesmo. Pois é, isso existe. Você paga uma TV por assinatura em busca de entretenimento e eles te sujeitam a essas bizarrices. E depois a HBO quer pagar de canal respeitável de entretenimento. Sei...

E aí, alguém viu coisa mais bizarra que essas?
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