17 maio 2009

I'm a war of head versus heart

Começo a sentir que meu stress está acabando comigo fisicamente. Daí que dona mamãe veio conversar comigo naquele esquemão "não se torne a segunda geração workaholic". Como se fosse fácil pra uma louca competitiva como eu. Sempre lembro de um professor de Geografia do pré-vestibular que dizia que éramos infinitamente mais preparados pro mundo real do que nossos pais porque nos habituamos desde cedo à competição. Somos postos à prova várias vezes e rankeados várias vezes antes de sequer chegarmos ao mercado de trabalho.

Daí que pra alguém paradoxalmente narcisista e auto-depreciativa como eu, é meio foda deixar pra lá e me desligar. Mas eu to deixando meu stress me destruir fisicamente e isso não é legal. Não é nada bom ir dormir às 2 da manhã em plena terça-feira pensando em um processo. Não é nada bom perder o sono às 4 da manhã pensando em problemas profissionais.

A sensação que eu tenho é de que eu to numa bifurcação e eu posso escolher entre dois caminhos. Um deles é mergulhar ainda mais nesse universo que me drena fisicamente. Outro é tentar racionalizar menos as coisas, parar de tentar encontrar significado em tudo e todos. A escolha, olhando assim, parece bem simples. Acontece que um caminho é uma estradona pavimentada, caminho tranqüilo. A outra é uma estrada de terra, toda esburacada. E o raciocínio lógico manda sempre escolher o caminho mais simples. Mas e se, contrariando a matemática, a linha reta não for o caminho mais curto entre A e B?

O que me fode muitas vezes é esse raciocínio cartesiano, como se tudo, por mais que eu não acredite em certezas matemáticas pra tudo, ainda assim pudesse ser resolvido dessa forma. E apesar de enxergar os tons de cinza, fico procurando só em preto e branco. Como um cachorro correndo atrás do próprio rabo.

I'm a war of head versus heart and it's always this way. Meu lado racional nunca se entendeu com a minha versão passional. E eu nunca tive lá uma sabedoria Salomônica pra conciliar os dois lados. Eu tenho períodos de prevalência. Passo do racionalismo puro e aplicado a momentos à flor da pele. Enfim, louca.

Na minha lista de coisas pendentes agora há um novo item: diminuir um pouco a velocidade de vez em quando. Eu não preciso correr o tempo todo. Em alguns momentos eu preciso só andar. Ou mesmo parar e só observar. Não são os dias que passam desesperadamente rápido, eu que os expulso um a um do meu calendário com um relógio onde o ponteiro das horas se confundiu há muito com o dos segundos.

Hey man, slow down. Eu sei, Mr. Yorke. Entendi.
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