09 janeiro 2008

Choose your friends

Eu tava aqui pensando em amigos e etc. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a abertura de Trainspotting. Mas são 3:24 da manhã e eu devia estar dormindo ao invés de ficar pensando sobre amigos e etc. Quer saber o que vai acontecer? Eu não vou chegar a conclusão nenhuma. Mas tudo bem.

Tenho pensado bastante na minha relação com os meus amigos ultimamente. Acho que isso se deve a uma relativamente recente sensação de distanciamento. Tenho vivido com essa idéia de que eu me tornei tão diferente de alguns amigos que já nem sei mais se algum dia tivemos algo em comum. Fico pensando como pessoas tão diferentes podem ter se tornado tão amigas. Se fôssemos casais acho que já teríamos nos divorciado. Visões de mundo diferentes, horizontes diferentes. Durante um tempo andei pela casa murmurando que precisava de novos amigos quando faziam algo que eu discordava profundamente. Lógico que eu me sentia culpada no minuto seguinte. Apesar de tudo sei que estarão ao meu lado, como sempre estiveram, todas as vezes que eu precisar. E por mais que eu banque a revoltadinha, sei que a recíproca é verdadeira.

Algumas pessoas eu escolhi limitar o contato. Porque eu não gasto mais meu tempo com quem demonstrou que não se importa muito comigo. Em outros tempos eu costumava ser tolerante (e babaca), agora eu levo as coisas como num jogo de beisebol. 3 strikes e você está fora. Lógico que o fora não é bem fora. É só uma indicação. Na minha cabeça quem dá 3 mancadas grandes comigo fica marcado como alguém indigno de confiança. E eu sou bastante defensiva.

Aí veio 2007, no meio da confusão mental de selecionar quem eu achava que valia a pena e quem não valia. E então algo surpreendente acontece. Eu me comporto como uma completa babaca com alguém e, não obstante, ela vira minha amiga. Depois conheço mais algumas pessos, me aproximo mais de outras e começa a surgir um novo círculo de amizades. Não vou entrar aqui na seara de I would kill and pillage for you porque nem cabe. Mas foi algo novo e interessante. E então, como quem escolhe peças, coloquei essas pessoas no grupo dos amigos.

Depois de um tempo você se torna demasiadamente criterioso. Hoje em dia diria que conheço várias pessoas mas meu grupo de amigos é pequeno. Outra coisa que me recuso a fazer é forçar intimidade. Isso é tão patético. Pra quê se dizer amigo de quem não é? Entendo que achem legal socialmente ligar-se a essa ou aquela pessoa mas isso é tão patético. Sério, eu queria entender quem faz isso. Porque eu acho humilhante. Eu não vim pra esse mundo pra fazer média com ninguém. Se eu gosto eu trago pra perto, se não eu repilo. Há que se marcar posição na vida, não dá pra viver em cima do muro.

Talvez eu não seja uma figura popular. Talvez seja. Não sei mesmo porque populariade é algo um tanto relativo. Só sei de uma coisa: no final das contas, quando preciso conversar, quando quero dividir minhas alegrias, contar minhas novidades, sei quem procurar. E espero intimamente que saibam que a recíproca é verdadeira, e que apesar de toda a minha defesa e essa postura estóica, impassível, quase fingindo não ligar pra nada, eu sempre estarei à disposição de cada um deles.

Bem, agora são 3:50 e não sei se o que escrevi faz algum sentido. Sono. Preciso dormir. Me falta coragem pra clicar em publicar agora então vou deixar salvo e amanhã faço a revisão. Vejamos o que vai sair disso...

E quer saber, ainda há muito por dizer, mas nem suprimi nada. Escrever idéias aleatórias aqui é minha especialidade.
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