16 janeiro 2008

Ócio pouco criativo

Eu ando com uma preguiça atroz de escrever o que quer que seja. Deu pra perceber né? Enfim. Isso não quer dizer que a minha vida anda menos surreal. Veja você que eu entrei na Saraiva e logo veio uma moça perguntar se eu precisava de ajuda, só queria saber onde ficava o terminal de busca (eu só compro livros pela internet porque me sinto menos roubada assim). Mas ela deixou eu buscar sozinha? Claro que não.

- Qual livro a Sra. quer buscar?
- Uma história do diabo.
(cara de espanto, pronta pra me exorcizar ali mesmo)
- Deve estar na seção de História, é acadêmico...

Uma observação aleatória ainda no tema livros: queria entender qual a raiz psicológica da minha inaptidão para escrever "Nelson Motta". Se eu digitar o nome do cara 5 vezes pelo menos em 3 eu vou escrever Nelson Morra (die, Nelson, die?).

Bom, o livro lá do cramulhão tava em falta na loja. Anyway, pelo menos dei a minha disfarçada. Aliás, disfarçar é comigo. E pensando em vocês, vou partilhar o método picareta de contornar situações desfavoráveis porque você resolve gostar de coisas de gosto duvidoso (a frase tá mal construída, eu sei).

Primeira lição: Se alguém te pegar ouvindo Jackson Five emende logo numa conversinha pseudo-crítico-de-música e fale na Motown. Inventa aí alguma coisa sobre o Jackson Five fazer parte dos tempos áureos da Motown. Sei lá, usa o seu discurso de crítico de música generator. Fale no Soul. Yeah, baby, yeah! Você pula de tosco pra profundo conhecedor musical.

Segunda lição: Se alguém te pegar vendo um filme tosco dos anos 80, aqueles que repetiam ad nauseum na programação, apele para questões afetivas. Aquelas picaretagens de "poxa, lembra da sessão da tarde, aquele tempo que a gente não se preocupava com nada, etc etc etc". Se descobrirem que você tem uma pequena coleção de filmes B de terror dos anos 80, bem, mude de assunto. Ou então afunde na tosqueira e seja feliz. Funciona comigo. Tem gente que acha isso até engraçadinho.

Terceira lição: Se te pegarem ouvindo algum artista meio breguinha, diga que você gosta daquele artista ou daquela música mas só de forma irônica. O problema dessa estratégia é que vão achar que você é meio esquisito com isso de gostar de coisas ironicamente. Se usado em excesso você vai ser chamado de indie. Moderação!

Quarta lição: Se tudo mais falhar, negue! Aquela música foi parar no seu last.fm porque a tia da prima da amiga da sua irmã ouviu umas músicas no seu computador. Aqueles filmes foram gravados pra um amigo (imaginário) que esqueceu de pegar com você depois.

Parágrafo único: Se as suas negativas não forem convincentes, abrace sua tosqueira e seja feliz.

Quem eu to querendo enganar hein? =P
|