22 março 2007

Eu tinha dito antes que o dia prometia sensações estranhas. Bem, a promessa se cumpriu. Meu dia de trabalho terminou às 8 da noite com um abraço e lágrimas num andar vazio. E tudo que eu lembro é de ter dito que tudo ficaria bem. E vai ficar, mas odeio despedidas. Depois o melancólico trajeto do elevador, a última vez que estaríamos ali. E então eu vi uma amiga caminhar rua abaixo, até o estacionamento, carregando uma caixa com os seus pertences. Fui pra casa me sentindo uma merda, óbvio.

E eu ali, obrigada a participar de tudo até o final. Mesmo porque eu herdei todo o trabalho que era dela então isso significa que em cima da minha mesa há literalmente 7 pilhas de papéis. Day after, chego no trabalho antes das 9 da manhã, morrendo de sono (óbvio) e dou de cara com aquela estação de trabalho vazia. Me sinto estranha de novo.

Lógico que não vamos perder contato, nos tornamos amigas ora. Mas é estranho olhar pra frente e ver que o espaço antes ocupado voltou a ser a estéril e impessoal estação de trabalho padrão. E vai ser estranho não sermos mais questionadas sobre o que nos fazia rir tanto. Mas a vida segue. Chegadas e partidas.

Você nem sabe que isso aqui existe, mas do lado de cá torço silenciosamente pelo seu sucesso. Vai dar tudo certo. Bom recomeço.

Enfim, eu sou uma babaca sentimentalóide mesmo. Pelo menos não chorei...mas eu não choro. Eu sou fria e racional como um antigo soldado soviético...ou não sou? Sei lá, só sei que demissões são sempre estranhas e fazem com que eu chegue em casa me sentindo uma merda mesmo sem ter nada a ver com isso.
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