11 outubro 2006

É um pouco difícil admitir vulnerabilidades quando você passou a maior parte da sua vida na defensiva. Certamente a maior parte da sua vida adulta. É difícil aceitar que você não é a fortaleza inexpugnável que faz crer ser.

É especialmente difícil digerir as milhares cobranças silenciosas que você se faz diariamente. E eu odeio escrever esse tipo de post. No entanto, as palavras parecem ter vida própria. Elas guiam minhas mãos, me ordenam que sejam escritas. Elas têm vontade própria. Objetividade nunca foi o meu forte.

Eu odeio esse tom reclamão e "querido diário", mas esse negócio de se olhar no espelho e ver que você virou adulto é foda. É uma espécie de queda, onde a pancada no chão é equivalente a perceber que você mudou. Mesmo que você negue e diga que nada mudou. And it's a long way down.

De repente você não tem mais tanto tempo livre. Stress passa a ser uma palavra bem comum. Mais que isso, deixa de ser só uma palavra.

É legal crescer e tal, mas as responsabilidades atreladas são foda. Imagina, você não vai mais poder fazer algo idiota como ver o filme da sessão da tarde. Mesmo que você ache o filme uma merda.

Enfim, minha cabeça tá pedindo socorro. Meu corpo também, à reboque. Crescer é legal, mas vou te contar, dói pra caralho...
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