06 abril 2008

My lack of common sense...let me show you it

Quando eu escolhi a minha profissão eu sabia que em determinado momento eu me veria numa situação onde teria que falar em publico. Lógico que a gente pensa que falar em público tudo bem, mas que é um público bem reduzido. Bem, seria tudo muito simples se eu não trabalhasse onde trabalho.

Me vi no meio de um estúdio de TV tendo que fazer a apresentadora de palestra. Ainda tive que fazer discursinho. Tensão total, né? Aquelas lâmpadas na minha cara, o ponto eletrônico e o constante aviso pra não se olhar no monitor. Mandei SMS pra 3 pessoas sobre isso com o mesmo texto. Porque eu adoro envio múltiplo de mensagens. Uma das respostas chegou durante o evento. Deu interferência no ponto eletrônico. Peguei o celular discretamente do bolso, li e guardei novamente com vontade de rir. Ah, vocês também ririam ao ler "boa sorte pequena infame" (uma das expressões que usam para se referirem a mim. Outras expressões eu nego. Tipo ser chamada de indie...).

Voltei pra casa com o DVD. Porque dona mamãe fica curiosa pra ver. Pois bem, gravaram errado e o vídeo tá sem áudio. Fofo. Vou ter conversar com o povo do estúdio pra consertarem porque todas essas apresentações são gravadas e ficam numa videoteca do trabalho. Dona mamãe me vê na bancada por alguns segundos e me chama de metida por uma certa postura minha, chegando meu tronco ligeiramente pra trás. Sou obrigada a contar que atrás da plaquinha com o meu nome e cargo tinha um papel escondido. Roteirinho básico. Eu tava me esforçando pra ler discretamente. Parece que fui bem, as pessoas gostaram. Eu achei razoável. Cometi algumas falhas e tal, mas pelo menos fingi maior naturalidade que algumas pessoas que também tiveram que passar por isso.

Ainda teve espaço pra um momento Ferris Bueller. Sabe aquele professor chato que pergunta “alguém, alguém sabe?”. Pois é. Eu fiquei assim na parte das perguntas, mas eu falo mais rápido. Aliás acho que falei tudo bem rápido, mais do que o normal. “Alguma pergunta no auditório? Não? Alguma pergunta pelo telefone? Ainda não? Ok, vamos aguardar uns instantes para que possam fazer contato”. E eu apontando. Deus, vergonha. Eu apontando da menina com o microfone pra criatura que queria fazer uma pergunta no auditório como quem diz “leva o microfone pra ela”. No vídeo parece uma coisa meio metida mesmo, de quem fica dando ordens. Mas sorridente e fofa porque eu sou educadinha.

Sempre ouvi que eu faço algumas caretas enquanto falo. Que tenho expressões características. Algumas delas envolvem mexer nos meus óculos. Eu nunca acreditei nisso. Até me assistir, claro. Deus, eu sou infame e careteira até quando estou séria. Eu fiz piada com um dos slogans da empresa! Sério! A sorte é que nem sempre as pessoas entendem que eu falo algumas coisas ironicamente. Um dia esse meu lado Chandler ainda vai me meter em confusão.

E assim segue minha sitcom particular.
|