12 abril 2008

Domando o Chandler interior

Todo mundo aqui conhece o Chandler de Friends né? Então. Desde que eu me tornei um membro produtivo da sociedade eu tenho lutado com o meu Chandler interior. Porque, sério, eu penso merda o tempo todo. E as pessoas vivem dando brecha. O que as pessoas ainda não entenderam é que por trás da minha cara séria e da postura formal existe uma adolescente da sétima série pensando em piadinhas de duplo sentido.

Daí pra começar a pensar merda é um pulo. To eu trabalhando e alguém, querendo se dizer vibrante, animadão pra correr atrás de resultados (Deus, as pessoas caem nesse papo de vestir a camisa e fazer tudo por aquele CNPJ?), se auto-denomina "vibrador". Eu escuto isso e na minha cabeça começa a loucura das sinapses e eu visualizo um vibrador. Óbvio. Força no carão. Absorvo a informação e me esforço pra não mexer um músculo. Nessas horas eu penso o quanto O Incidente do Vick Vaporub moldou meu caráter pra ouvir absurdos. Fico lá, impassível.

Outra situação que vive me forçando a redobrar minha cautela é quando decidem falar sobre música comigo. Porque, veja você, pra eles o meu gosto musical é tema quase folclórico. Eles sabem que eu escuto bandas finlandesas que cantam em finlandês, bandas dinamarquesas e uma delas canta em dinamarquês (e eu não entendo nada do que é dito mas uma delas é fuck music total). Enfim, pra eles é engraçado notar que eu escuto bandas que a maioria das pessoas desconhecem a existência por completo. Eu trabalho ouvindo música com fones de ouvido então já me pegaram digitando e balançando a cabeça ouvindo Obstacle 1. Normal.

Um dia engataram numa conversa de música. Sabe como é, sexta-feira, fim de expediente, todo mundo louco pra ir embora. Me perguntam o que eu escuto, cito umas bandas e claro, ninguém conhece. Já nem ligo mais. Daí que um resolve me perguntar se eu escuto Angra. Pra quê? O esforço todo da semana vai pro ralo quando eu me pego fazendo uma voz fina (massacration-style) enquanto digo "eu nunca gostei do André Mattos". Não satisfeita, rio e digo "nunca fui do metal". Mas naquela pronúncia que transforma metal em metáu. Depois dessa só me restava ir cortando o assunto, andar pra minha mesa, pegar minha bolsa e ir embora. Foi o que eu fiz.

Eu juro que não vou ser o Chandler. AA-style, só por hoje. =P
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