28 junho 2006

Ando pensando demais no passado. Isso nunca é bom. Eu gosto de uma palavrinha em inglês: pinpoint.
Tudo bem que o sentido que darei a ela aqui é de apontar, mas gosto da imagem de pinpoint, como se eu pudesse marcar num mapa um ponto exato, preciso. Como se eu pudesse colocar meu dedo e dizer: foi aqui que tudo mudou. Isso me lembra também aquela comédia da Sessão da Tarde, Um Dia a Casa Cai (filminho onde o Tom Hanks compra uma casa que parece ótima mas tá literalmente caindo aos pedaços). No final do filme a casa é reformada e o casal que a comprou não está mais junto. Estão ali pra entregar as chaves, ver como ficou e pra se prepararem pra vender a casa que os separou. Aí o Tom Hanks pisa no 3º ou 4º degrau da escada, não lembro bem, e diz que foi ali que tudo começou. Aquele degrau afundando, a escada caindo, o início de todos os problemas que os separaram. E pra um filme bobo de Sessão da Tarde isso é bem significativo. Mas não era nada disso que eu queria dizer.

O que me move agora é a idéia de poder apontar onde as coisas mudam, os famosos turning points. E, a essa altura da minha vida, me questiono se não devo finalmente ousar mais. Porque eu posso viver a vida inteira em segurança, mas isso vai ser tão absurdamente ruim. Eu busco permanência quando todos sabemos que a vida é inconstante, e isso é loucura ("thats suicide, at tiny, tiny increments").
Na verdade, eu quero saber o ponto onde as coisas mudaram e quero saber o que poderia ser diferente, mas tudo no campo hipotético. E eu aqui tentando mudar, but we never change do we? No, no. Tá, então não vou mudar, pelo menos não drasticamente, mas vou tentar. Quem sabe pequenos ajustes fazem alguma diferença?

Enfim, talvez esteja assim por culpa da saudade que sinto. Vá entender...
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