04 julho 2009

On the road

Tive que viajar a trabalho e fiquei 3 dias fora pra cumprir uma pauta que somava assumir novas responsabilidades e atribuições, fazer um trabalhinho básico de relações públicas e tomar as rédeas de uma situação que precisa urgentemente ser resolvida.

E lá fui eu praquela vida de acordar 4 horas da manhã, me enfiar num avião, ouvir aqueles avisos de segurança que eu sei de cor, me incomodar com o inglês tenebroso de comissários de bordo que acham (ACHAM!) que sabem falar inglês e brincar de tentar adivinhar quem é o hétero da tripulação (se é que há algum).

Quem deu o nome de Confins pro aeroporto internacional de MG foi extremamente preciso. Ele realmente fica nos confins de Minas. Talvez por isso fique tão impaciente de ir pra lá. Porque sei que, diferente de SP que em meia hora estou onde devo estar ou daqui do Rio que chego em casa em 20 ou 30 minutos, lá eu demoro 1 hora pra chegar no centro de BH. Você é obrigado a viajar pra chegar no aeroporto.

Fizeram obras e vias expressas pra tentar aproximar o aeroporto da cidade, mas essas vias são de uma ironia sem fim. Aquele asfalto novinho, lisinho, e uma placa indicando o limite de 70km/h com fiscalização eletrônica. É piada isso? Com uma pista dessa dá pra rodar aos 100km/h mole!

No primeiro dia tudo bem. Faço o que tenho que fazer, dou bronca em outrem, dou um cartão amarelo discreto sinalizando a possibilidade do vermelho e no fim da tarde volto pro hotel. Tédio. Mando SMS pra Deus e o mundo. Room Service e cama. Afinal, tinha dormido 1 da manhã e acordado às 4.

O segundo dia me rende uma reunião que começou no início da tarde e foi até quase 7 da noite. Mas o que mais me chamou atenção nesse dia foi o número de pessoas com camisas do Cruzeiro. Tinham me alertado que se o Cruzeiro ganhasse eu não dormiria pelo foguetório. Se perdesse o foguetório seria dos atleticanos. E quer saber? Depois de mais um dia arrasador, ouvi até um certo foguetório, mas dormi numa boa.

E foi o terceiro dia que fodeu tudo. Todas as minhas horas contadas e comprometidas com reuniões numa agenda que começava às 9 da manhã. E o cronograma foi pro espaço quando uma das reuniões, que devia durar 1 hora, durou 3! Daí pra frente foi uma correria só e o desespero de encaixar 4 reuniões em 4 horas. Na minha cabeça tocava o tema de Missão Impossível. Pra resolver tudo sacrifiquei meu almoço e cumpri a agenda.

Viagem até confins e no painel o horrível aviso: delayed. Daí pra frente era o ritual de atraso. Compro uma revista, leio alguma coisa, SMS pros outros e irritação. Eu, que só tinha tomado o café da manhã, acabei lembrando que meu estômago existia. Mas com a sala de espera lotada, nem queria levantar e perder meu lugar. Foda-se o estômago. Devia estar em casa bem mais cedo, mas cheguei depois das 10. Arrasada. Tudo porque o maldito vôo que eu estava ainda iria a Miami e atrasou horrores.

E ainda tem gente que glamouriza viagens a trabalho e acha que é a maior moleza. Juro que nunca vou entender essas pessoas...
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