25 julho 2009

Minha fase impaciente

Toda vez que eu passo por períodos de irritação e impaciência ou que eu preciso dar espaço pro meu lado rolo compressor, eu acabo ouvindo Tool e A Perfect Circle. Porque a voz do Maynard James Keenan é incrível e as músicas são melódicas apesar de terem um jeitão mais pesado. É interessante porque é uma agressividade que contrasta com uma voz quase gentil. Enfim.

Já tem uns 2 dias que escuto Passive do A Perfect Circle no repeat. Ontem trabalhei ouvindo Passive. Quase em transe. Achei interessante que o refrão sintetiza bastante da minha falta de paciência com um dos personagens da minha vida. A letra é essa (grifos meus):

Dead as dead can be
The doctor tells me
But I just can't believe him
Ever the optimistic one
I'm sure of your ability
To become my perfect enemy

Wake up, and face me
Don't play dead, cause maybe
Someday I'll walk away and say
You dissapoint me
Maybe you're better off this way

Leaning over you here
Cold and catatonic
I catch a brief reflection
Of what you could and might have been
It's your right and your ability
To become my perfect enemy

Wake up (why can't you)
And face me (come on now)
Don't play dead (don't play dead)
Cause maybe (cause maybe)
Someday (someday)
I'll walk away and say
You dissapoint me
Maybe you're better off this way
You're better off this
Maybe you're better off

Wake up (why can't you)
And face me (come on now)
Don't play dead (don't play dead)
Cause maybe (cause maybe)
Someday (someday)
I'll walk away and say
You fucking dissapoint me
Maybe you're better off this way

Go ahead and play dead (GO!)
I know that you can hear this (GO!)
Go ahead and play dead (GO!)
Why can't you turn and face me (GO!)
You fucking dissapoint me!

Passive agressive bullshit
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Eu não tenho tempo pra essas coisas. Nem tempo nem saco. Se tem uma coisa que me irrita é adolescência tardia. Diria que estou prestes a tomar uma decisão irreversível. Na verdade acho que a decisão foi tomada há muito tempo. Só me permiti vê-la agora.

Isso tudo me faz pensar na minha abordagem prática das coisas. Costumo dizer que meu pragmatismo ainda há de me tornar um autômato. Mentira. Minhas escolhas são práticas mas ao mesmo tempo são absurdamente emocionais. Decidir alguma coisa com base em conceitos prévios não deixa de ser uma decisão de matriz emocional. E que maneira picareta de não usar a palavra "preconceito", não? Questão de retórica.

Ontem assisti Gattaca de novo. Adoro esse filme. Minha irmã me pergunta então por que gosto do filme e respondo que é algo plausível para um futuro não muito distante e que é a clássica história do underdog. Porque sim, eu tenho a síndrome do underdog, admito. O que é até contraditório porque também sei ser bastante arrogante. E ela diz que não há nada de underdog em mim.

Enfim, voltando ao tema central. Ando impaciente e irritada. Ando muito de saco cheio com a incompetência alheia. A malandragem alheia de jogar as coisas pra eu resolver quando nem atribuição minha é. E alguns meses atrás eu até resolveria pra não me indispor, pra ser legal. Não mais. Agora eu toco o foda-se. Porque senão essa gente sem noção monta nas minhas costas e acha que um gesto de gentileza é obrigação.

Maynard James Keenan é a minha voz ultimamente. Vamos ver quanto tempo dura a era dos confrontos.
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