07 abril 2009

The ability to laugh at weakness

Essa frase aí de Fitter Happier do Radiohead me pareceu bastante apropriada pra abrir esse post. Principalmente porque é o que eu estou fazendo agora, rindo da minha própria fraqueza.

Imagina a cena: são 7 horas da mnhã de uma pacata terça-feira e você está saindo de casa com uma pontualidade absurda, imaginando o trânsito limpo e uma chegada rápida no trabalho. To eu pensando na reunião de avaliação que tive ontem com o chefe e onde ele falou com todas as letras que estava muito satisfeito com o meu trabalho e que o assunto X, desde que eu o assumi, não é mais motivo de preocupação pra ele. Enfim, tava me sentindo bem. E lá vou descendo as escadas até que, bem, o salto do meu sapato esquerdo decidiu socializar com a perna direita da minha calça. Dobro os joelhos e deslizo com as pernas dobradas o último terço do lance da escada e fecho a cena ridícula dando de cara na parede. A deslizada foi uma coisa meio Marty McFly deslizando no palco com a guitarra no Baile do Encanto Submarino.

Acho que pela eternidade de 15 segundos fiquei ali, em posição fetal tentando controlar a dor dos caralhos que eu tava sentindo, a sensação de que minhas pernas pegavam fogo e tentando entender se eu tinha quebrado ou torcido alguma coisa. Aí uma vizinha abre a porta e me encontra estatelada.

Nessa hora eu não sabia se a dor maior era nos joelhos ou no orgulho ferido. Vi que tava tudo bem, tudo inteiro e subi de volta. Dor dos caralhos. Meu celular arranhado, um leve arranhão nos meus óculos, um corte na sobrancelha que só fui descobrir quando subi de volta pra casa, arranhões em um braço e hematomas gigantes e inchaço nos dois joelhos.

Olha a futilidade da pessoa. Num primeiro momento o que realmente me incomodou foi pensar que minha armação fofa da Armani ficou levemente (quase imperceptível) arranhada e que o BlackBerry que eu desdenho ficou arranhado também. Se bem que isso do celular pode ser legal, agora tenho uma desculpa pra trocar o aparelho que não completou nem 1 ano ainda.

Enfim, to eu aqui refém de bolsas de gelo pelo corpo. E a situação toda é tão patética que eu não me agüento (I s2 trema). Comecei a gargalhar sozinha lembrando da cena ridícula. O mais engraçado é pensar que à noite acho que pelo menos mais uns 4 vizinhos vão saber o que aconteceu.

Será que isso já é uma manifestação do meu inferno astral? Não sei. Só sei que o jeito agora é voltar pra cama, pras bolsas de gelo e tratar de me recuperar pra amanhã. Porque há uma workaholic dentro de mim que já ficou sabendo que o seu ramal se esgoelou o dia inteiro e não se conteve e abriu o e-mail corporativo pra descobrir que tinha mais de 90 e-mails não lidos.

Bom, por hoje chega. Vamos todos rir da comédia pastelão!
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