06 junho 2008

Black goddess, White goddess, Red temptress of the sea you treat me right

Cheguei hoje no trabalho com essa frase na cabeça. E com a voz do Paul Banks cantando I am a scavengeeeeeeeeeeeer beetween the sheets of union. Enfim. Cheguei cantarolando isso. Meus dias andam lotados. Mesmo. É bom que me distrai.

Eu não sei se eu já contei isso, acho que não, mas periodicamente rolam umas palestrinhas no trabalho. As pessoas fazem uma exposição dos assuntos em voga no trabalho e tal. Enfim, me ferrei. Querem que eu fale sobre uma das coisas que eu faço. E lá vou eu pagar mico daqui a algum tempo. Não satisfeitos, pensaram em falar sobre outro tema e, surpresa, ele é meu também.

Outro mico recente: pra quem adora o próprio anonimato eu to correndo perigo. Porque existe a possibilidade de eu acabar aparecendo num jornal de grande circulação. Essa vergonha só pode ser comparada à vez que eu apareci no jornal nacional. Enfim, é administrar a (possível) manifesta violação do meu adorado anonimato.

As pessoas continuam sem entender meu gosto musical. Como pode alguém dizer que lembrou de mim porque tava ouvindo Coldplay e Creed? Tipo, Coldplay ainda vai (embora eu tenha cansado da banda) mas Creed?!? What the fuck?!? Creed é ofensa! Não satisfeita a criatura ainda me oferece o mp3 pra ouvir. Thanks, but no thanks.

Mais tarde resolvo colocar uma menina pra ouvir Interpol. Porque ela tava rindo de mim ouvindo música com fones e balançando a cabeça. Deixo ela ouvir Take You On A Cruise e ela diz que é legalzinha e que parece Beatles. Hein?!? Whatever. Segunda chance, Slow Hands. E nem agradou. As pessoas não páram de me decepcionar.

Eu não sei porque eu ainda tento reverter esse quadro de autismo musical no trabalho. Sério. E eu não sei porque eu ainda admito que já trabalhei dias inteiros ouvindo a mesma música no repeat. Hoje eu resolvi ouvir Killers e cantar junto. Deixa pra lá.

Descobri que meu trabalho está me mandando pro mundo da sovinagem. Me ligam no meio de audiências pedindo autorização pra fazer acordos. Eu tenho falado coisas horríveis.

- Então, Dra., que tipo de acordo posso oferecer? Me falaram em mil reais e (obrigação de fazer).
- Aconteceu XYZ?
- Não.
- Então cadê o dano moral disso? Você não vai oferecer nada!
- Mas nem a obrigação de fazer?
- Só se houver viabilidade técnica. E se o cara for muito chato você oferece no máximo, no máximo 500.

Em outro dia...

- Eu to com o caso daquela senhora idosa, alguma proposta de acordo?
- A princípio eu sou contra a gente propor alguma coisa...
- O que eu faço?
- Hum, mas idoso sempre sensibiliza os outros...droga. Oferece mil e acaba com isso.

Ou ainda:

- O caso é o seguinte, aconteceu isso, isso e isso. O que eu ofereço?
- 500
- Nossa, C.! Eu tinha pensado em 800. X vai oferecer 2 mil.
- Se X vai oferecer 2 mil a gente oferece no máximo mil. A culpa foi dela!
- Você tá muito má!
- Mas um dos meus projetos é reduzir o passivo! E se eu não fizer isso a gente nem ganha aquele bônus.
- Tá bom...

Agora fica a pergunta. Se você vê um anúncio impresso de uma empresa concorrente e fica logo pensando em apresentar uma representação contra essa empresa, se você está numa mesa de bar bebendo um chopp e pára tudo pra anotar uma frase ambígua em outra peça publicitária concorrente, ainda há esperança de cura?

Tem dias que eu acho que abandonei a Aliança Rebelde pra me bandear pro lado do Império Galáctico. Bem, tem uma analogia da Aliança Rebelde, mas ela fica pra outro dia.
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