21 fevereiro 2008

O inevitável cansaço

Meu dia começou às 4 da manhã. Sem sacanagem. às 5:40 eu tava no aeroporto e tinha acabado de fazer o check in. Programação do dia: ir a SP e voltar no fim da tarde. Tudo muito simples. Como se algo fosse simples na minha vida. Bem, o vôo que devia ser às 18h atrasou. Depois caiu uma chuva horrível. Enfim, cheguei em casa 10 da noite. Morta de cansaço. Porra Murphy, dá pra largar do meu pé?

O desfile de situações ridículas começou cedo, logo às 6 da manhã. Estou eu sonolenta, andando até o meu portão de embarque quando vejo o professor que me orientou na monografia. Ele me reconhece, pára, me cumprimenta e pergunta: "Oi, o que você está fazendo por aqui? Passeando?". Respondi muito educadinha que tinha uma audiência em SP mas depois fiquei pensando, quem diabos passeia pelo aeroporto às 6 da manhã fantasiada de barbie advogada? Enfim.

Embarco, faço notas mentais sobre a suposta homossexualidade de um comissário de bordo, vou pra tal audiência e no fim da manhã chego na filial paulistana da empresa e sou apresentada como a advogada que ouve rock. Tipo, pra quê? As pessoas têm que me procurar pra sanar dúvidas jurídicas, não pra que eu indique bandas. A vontade era falar "sério que você quer me apresentar assim? C - A advogada rockeira (eu juro que foi esse o termo usado. Rockeira!)?

Fim de tarde, chamam um taxi pra me levar pro aeroporto. O nome da central? Bat Taxi. Vontade imediata de rir. Lembrei do endereço de e-mail de uma amiga e deu mais vontade ainda de rir. Aí pensei no filme do Batman (quer um charuto, meu filho? É havano!) e tive certeza que tenho problemas mentais sérios. O motorista? Über bicha e super engraçado. Falando que tinha ido pro Rio e tinha ficado hospedado na casa de um amigo no Méier (a.k.a Méia). Praticamente um caléga.

Aeroporto, hora de ver por alguns minutos uma das criaturas mais infames que eu conheço. Conversa vai, conversa vem, dou mais uma amostra do meu retardamento mental ao lembrar de uma piada infame. Aquela coisa de dizer "cookie é bom ninguém dá". Acontece que no vôo de ida tinha o café da manhã, e nele tinha um cookie. Daí que eu resolvi falar "cookie é bom a Tam dá". Eu falei que eu acordei às 4 da manhã? Pois é.

Da área de embarque em diante foi o inferno. Quando já contabilizávamos uma hora de atraso São Pedro resolve dar aquela sacaneada na galera e manda uma chuva absurda. Resultado: aeroporto fechado. Desespero total. O tempo passa e nada de embarque, nada de voltar pra casa. E eu ali, sem mala (pra quê se eu ia voltar no mesmo dia?), já pensando na possibilidade de ser obrigada a passar a noite em SP. Ainda bem que isso não foi necessário.

Bem, nas sábias palavras do capanga do Coringa no filme do Batman: "chefe, eu tô cansado pra caralho...". E é exatamente por isso que agora eu não vou dormir. Vou apagar. Esse negócio de ser um membro produtivo da sociedade dá muito trabalho.
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