08 outubro 2007

O mundo de Nárnia fica no meu quarto – parte 1

O primeiro filme dessa série se chama O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa. Este último é uma porta de entrada para o mundo de Nárnia. Pois bem, resolvi arrumar meu armário. Existe um mundo ali dentro que eu havia esquecido. Arrumar o armário é quase uma expedição arqueológica e a primeira conclusão que tiro disso tudo é que eu guardo inutilidades demais. Enquanto eu revirava a parte de cima do armário (aquela que a gente fica evitando mexer até que a situação fique insustentável) fui descobrindo coisas que eu nem lembrava que existiam.

Pra começo de conversa, a drama queen tecnológica aqui teve que descer os videogames. Porque as caixas são grandes e toda arrumação começa com a remoção daquelas coisas que ocupam mais espaço. Aliás, acabei descobrindo que eu me enganei não tenho mais meu atari. Eu nem lembrava de ter me desfeito dele. Acho a maletinha com os cartuchos do Master. Estranho, não lembro de ter me desfeito de Olympic Gold, mas todos os outros jogos estão ali (e vão continuar ali com os videogames. Humpf...). Começa o desfile de coisas bizarras saindo do meu armário. Primeiro eu acho roupas que nem lembrava mais ter. Encontro dois cintos desaparecidos, uma calça jeans que eu nem lembrava ter comprado, um boné do Michael Moore que veio de brinde quando comprei "Cara, Cadê Meu País" (eu não uso boné, nem me pergunte como isso foi parar no meu armário. Bem, já foi embora.), transferidores, esquadros e compasso, meu Dungeons and Dragons (da época que eu achei que ia jogar RPG e não levei a idéia adiante), uma camisa do Olodum ainda na embalagem de uma vez que a minha mãe foi à Salvador pra um congresso (é irônico ela comprar uma camisa do Olodum pra alguém que abomina o tipo de música que eles tocam), caixas dos 3 últimos aparelhos celulares (os dois anteriores e a caixa vazia do atual), fitas VHS (que vão pro lixo sem que eu saiba o conteúdo porque se não fez falta até agora então que se dane. Ademais, eu nem tenho mais vídeo cassete) e a surrealice maior: creative paper! Pra quem não lembra, creative paper é aquele papel tamanho A4 de várias cores. Como vocês podem perceber, a parte de cima do meu armário era o caos, um universo paralelo que albergava toda sorte de relíquias do passado.

O mais divertido disso tudo é tentar entender como essas coisas ainda estavam aqui. Porque eu podia jurar que já tinha me desfeito disso tudo. O creative paper é bem coisa da minha mãe. Lembro que queria ter me livrado disso antes e ela falou algo como “ah, guarda que pode ser útil”. Útil? Pra quê? Pra quem???

Voltando às fitas VHS, óbvio que eu vou retalhar todas antes de jogar no lixo (aliás, tem alguma espécie de coleta seletiva pra isso?). Mas uma delas vai se salvar. Só uma. Essa será convertida em DVD porque é o vídeo da minha formatura do 2º grau. Não, eu não assisti essa fita no ano em que me formei e nem pretendo assistir num futuro próximo mas...é a fita da formatura né? Essas coisas a gente guarda. Confesso que nunca assisti essa fita e deixei meus pais esquecerem da existência dela com medo de que algo daquela noite estivesse documentado. Aí entra mais uma historinha do passado.

Pois bem, imagine isso: formatura, meninas de vestido longo, meninos de terno. Todas aquelas formalidades, cerimônias solenes. Aí acaba isso e emenda-se a festa. Até então pra maioria das pessoas eu era quietinha e calminha. A cara de menina boazinha sempre ajudou a incutir essa idéia na cabeça das pessoas. Os amigos mais próximos sabiam que eu não era inocentezinha assim. Quando descemos do palco e fomos para a pista, entornei 6 tulipas de cerveja, uma atrás da outra e como se fosse água. Porque fiz isso? Pra chocar os outros. Mais tarde, bem, formatura tem todas aquelas bebidas habituais, espumantes e etc. Eu, longe do ângulo de visão da mesa onde estava a minha família, comecei a beber e em dado momento fui parar no palco com algumas pessoas dançando uma música de gosto duvidoso. Miraculosamente minha família não viu, mas vai que isso ficou registrado no vídeo? Melhor deixar pra lá.

Continuo revirando as coisas e acho alguns papéis. Mas esse post está enorme, melhor contar isso na segunda parte.
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