12 julho 2006

São 9 da manhã. Você acorda às 8 completamente cansada (isso porque seu despertador tocou às 6) depois de escrever na noite passada sobre a admissibilidade ou não de litispendência internacional, a natureza universalista do direito brasileiro ao aplicar lei estrangeira e a validade de casamentos celebrados pelo corpo consular no exterior. E isso tudo cansa. Mas você acorda às 8 e às 9 tá vendo se seus downloads acabaram.

Nisso começa a tocar uma música na casa da vizinha. Não, não pode ser. Você não quer acreditar nisso. Não pode ser verdade. Mas é. Sua vizinha resolveu ouvir música evangélica às 9 da manhã. Tudo para honra e glória do Senhor Jesus, claro. Sempre o mesmo discursinho, o mesmo tecladinho infame, o mesmo jeitinho efusivo e/ou calminho. A esse ponto pergunto qual foi o pecado mortal que cometi na última vida pra merecer isso. Porque, convenhamos, eu ainda estou praticamente dormindo e não mereço tamanha tortura. Sim, eu admito que posso me levantar uma hora e só acordar de verdade uma hora ou duas depois. Até escrevi isso uma vez numa dissertação, olha que cara de pau: normalement je me lève à sept heures, mais je me réveille vraiment à huit heures. E eu imagino a professora lendo aquilo e pensando que eu sou doida.

Penso em retaliação. Acho que vou colocar um CD aqui pra tocar. Muse talvez. Acho que vou escolher as que tiverem o vocal mais agudo. Talvez eu saia de casa e deixe uns 3 CDs programados pra tocar. Já pensou? Infernizar até eu voltar pra casa à noite!

Infantilidade, eu sei...e nem vou fazer nada. Ou melhor, até vou. Enquanto estiver saindo vou sorrir e dar bom dia para os vizinhos que encontrar. Afinal, eu sou uma mocinha educadinha.
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